Medicina

80% dos casos de câncer de intestino seriam evitados com exame de rotina

Médico alerta que os exames de prevenção são indispensáveis, já que 80% dos casos de tumores colorretais são provenientes dos pólipos intestinais

Estado de Minas
postado em 15/03/2023 20:33
 (crédito: Reprodução/Freepik)
(crédito: Reprodução/Freepik)

A cantora Preta Gil, diagnosticada com câncer de intestino, concedeu uma entrevista, na noite de domingo (12), ao Fantástico e contou sobre suas boas expectativas de tratamento, o apoio dos amigos e também do quanto adiou os exames solicitados pelos médicos. “Quando voltei da turnê para o Brasil a primeira coisa que eu deveria ter feito eram os exames, mas eu adiei duas vezes; essa vida que priorizamos o trabalho e outros afazeres. Eu estava tendo crises de enxaqueca, pressão alta - que eu nunca tive. No dia seguinte fui ao banheiro e senti escorrer algo na minha perna e, quando olhei, era sangue”, relatou.

De acordo com João Antonio Schemberk Jr, cirurgião do aparelho digestivo e endoscopista do Eco Medical Center, em Curitiba, os exames de prevenção são indispensáveis, já que 80% dos casos de tumores colorretais são provenientes dos pólipos intestinais. “São pequenas lesões, semelhantes a uma verruga, que ocorrem dentro do intestino e vão se transformando em câncer em um período de oito a dez anos. Se é feito um acompanhamento médico adequado, com a realização dos exames necessários, é possível remover essa lesão antes que ela se torne um câncer, o que faz com que tumores malignos do intestino sejam um dos únicos possíveis de prevenir”, alerta.

Neste mês é celebrado o "Março Azul-Marinho", voltado para a prevenção e conscientização do câncer colorretal, que origina-se no intestino grosso, também chamado de cólon, e no reto, região final do trato digestivo e anterior ao ânus.

Incidência alta

O câncer colorretal é o terceiro tipo mais comum na população brasileira, atrás apenas do câncer de pele e de mama nas mulheres e de próstata nos homens. Somente no Paraná são esperados 7 diagnósticos ao dia, segundo a estimativa do Instituto Nacional do Câncer (INCA), que aponta 2.560 novos casos para o estado e 45 mil em todo o país, em 2023.

Os sinais iniciais ou a chegada da idade de acompanhamento levam a necessidade de realização de exames. “O exame de fezes para avaliar a presença de sangue oculto é muito comum e também a colonoscopia, avaliação na qual o paciente é sedado para a avaliação da mucosa intestinal, procurando por possíveis alterações, como é o caso dos pólipos”.

A colonoscopia é indicada para todas as pessoas com mais de 45 anos, histórico familiar de câncer de cólon e para aquelas que apresentam sintomas de alterações intestinais. O tempo de intervalo entre os exames é definido em consulta médica de acordo com o caso de cada paciente.

Tratamento

Mesmo nas situações nas quais o pólipo já se tornou um câncer, o diagnóstico precoce é essencial para aumentar as chances de cura, conforme explica Diesica Nalena Prochnow, coloproctologista do Eco Medical Center. “O tratamento depende do estadiamento do tumor, ou seja, o quanto ele já se espalhou pelo corpo. Em alguns casos iniciais é possível fazer a remoção (ressecção) por colonoscopia ou por cirurgia minimamente invasiva. Já quando o tumor está mais avançado, além de cirurgias abdominais maiores, o paciente pode precisar de quimioterapia e/ou radioterapia".

A demora em fazer o exame para identificação do câncer permite que ele cresça e se espalhe. “Pode levar células cancerígenas para outros órgãos, como pulmão, fígado, ossos… E quando isso acontece é muito difícil o tratamento, pois trata-se de uma doença metastática, onde a cura é bem difícil de ser conquistada”.

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