Via láctea

Via láctea: um terço dos exoplanetas podem estar em zona habitável

Cientistas da Universidade da Flórida concluíram que um terço dos planetas da Via Láctea podem estar em uma posição que possibilita a existência de água líquida, propiciando a existência de vida

Correio Braziliense
postado em 30/05/2023 00:01
Ilustração de exoplanetas: condições propícias à existência de vida -  (crédito: NASA/JPL-Caltech/R. Hurt (IPAC))
Ilustração de exoplanetas: condições propícias à existência de vida - (crédito: NASA/JPL-Caltech/R. Hurt (IPAC))

Um terço dos planetas da Via Láctea poderiam estar na zona habitável, ou seja, em uma posição em relação a estrelas como o Sol propícia à existência de vida. A conclusão é de pesquisadores da Universidade da Flórida, nos Estados Unidos, a partir de dados do telescópio Kepler, da Agência Espacial Norte-Americana (Nasa). A descoberta foi publicada na revista Proceedings of the National Academy of Sciences (Pnas).

A professora de astronomia Sarah Ballard e a estudante de doutorado Sheila Sagear, há muito, estudam exoplanetas, aqueles mundos que orbitam outras estrelas além do Sol. "Acho que esse resultado é realmente importante para a próxima década de pesquisa de exoplanetas porque os olhos estão se voltando para essa população de estrelas", disse Sagear. "Essas estrelas são alvos excelentes para procurar pequenos planetas em uma órbita onde é concebível que a água seja líquida e, portanto, o planeta possa ser habitável."

Sagear e Ballard mediram a excentricidade de uma amostra de mais de 150 planetas em torno das chamadas anãs M, que têm, aproximadamente, o tamanho de Júpiter. Quanto mais oval for uma órbita, mais excêntrica ela é. Se um planeta está perto o suficiente de sua estrela, aproximadamente à distância que Mercúrio orbita o Sol, pode ocorrer um processo conhecido como aquecimento das marés, que, no extremo, poderia "assá-lo" totalmente, removendo todas as chances de água líquida. "É apenas para essas pequenas estrelas que a zona de habitabilidade está próxima o suficiente para que essas forças de maré sejam relevantes", disse Ballard.

Para medir as órbitas, Ballard e Sagear se concentraram especialmente em quanto tempo os planetas levavam para se mover pela face das anãs M. O estudo também se baseou em novos dados do telescópio Gaia, que mediu a distância de bilhões de estrelas na galáxia. "A distância é realmente a informação-chave que nos faltava antes e que nos permite fazer essa análise agora", disse Sagear.

As pesquisadoras descobriram que as estrelas com múltiplos planetas eram as mais propensas a ter o tipo de órbita circular que lhes permite reter água líquida. Aquelas com apenas um eram, por sua vez, as com maior probabilidade de ocorrer os extremos de maré. Como um terço da amostra planetária tinha condições suficientes para potencialmente hospedar água líquida, isso significa que a Via Láctea tem centenas de milhões de alvos promissores para sondar sinais de vida fora do nosso Sistema Solar, concluíram as cientistas.

 

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