UNIVERSO

Cientistas encontram buraco negro extrabrilhante; conheça o J221951

Astrônomos classificaram o achado como um dos eventos transitórios mais luminosos já vistos

Correio Braziliense
postado em 04/07/2023 20:40 / atualizado em 04/07/2023 20:42
 (crédito: Shutterstock.com)
(crédito: Shutterstock.com)

Em pesquisa divulgada nesta terça-feira (4/7), astrônomos detalham como detectaram um sinal incomum enquanto procuravam um evento gravitacional. Os pesquisadores da Cornell University estavam procurando a colisão entre estrelas de nêutrons, que deveria resultar em uma kilonova. Em vez disso, se depararam com um evento bem mais luminoso. O culpado do brilho intenso é na verdade um buraco negro, um supermassivo com nome J221951-484240 (J221951).

Os cientistas acreditam que esse buraco negro está a cerca de 10 bilhões de anos-luz de distância da Terra, e que o evento já está ocorrendo há 10 meses do momento das observações. Os cientistas estimam que a energia total liberada pelo buraco negro é estimada em mais de 10 vezes a energia que o Sol libera em 10 bilhões de anos.

Pesquisas nesta área do céu sugerem que o sinal vem diretamente do núcleo de uma galáxia vermelha silenciosa. "A J221951 é consistente com o fato de ser nuclear, portanto, os cenários que nos restam são um evento de ruptura de maré ou um núcleo galáctico ativo", diz a autora do artigo Dra. Samantha Oates, "Observando o espectro, ele é consistente com ambas as categorias".

Um evento de ruptura por maré (TDE), outra possibilidade estudada pelos profissionais, ocorre quando uma estrela ou uma nuvem de gás se aproxima demais de um buraco negro supermassivo. A estrela ou nuvem é despedaçada, e devido à incrível força gravitacional, começa a brilhar à medida que o buraco negro se alimenta. Se o evento for um TDE, ele é mais luminoso do que a maioria já observada.

A outra explicação é que se trata de um núcleo galáctico ativo (AGN), a fase de um buraco negro supermassivo em que ele está se alimentando constantemente. O evento também não se encaixa no AGN padrão, mas a equipe acredita que eles podem ter testemunhado as fases iniciais de um buraco negro supermassivo passando de inativo para ativo.

"Esperamos, no futuro, distinguir entre esses dois cenários", conclui a Dra. Oates.

 

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