SAÚDE

Não só as mães: homens que querem ser pais devem parar de beber álcool

Estudo da Universidade do Texas relaciona o consumo de álcool do homem com a má formação do feto, como a Síndrome alcoólica fetal (SAF)

Homem recusa bebida alcoólica em bar -  (crédito: Reprodução/Freepik)
Homem recusa bebida alcoólica em bar - (crédito: Reprodução/Freepik)
postado em 18/12/2023 11:42 / atualizado em 18/12/2023 11:45

Uma pesquisa, publicada neste mês, pela Texas A&M University, nos Estados Unidos, apontou que homens interessados em ser pais devem parar de ingerir bebida alcóolica por pelo menos três meses antes de começar a tentar ter filhos, para que a criança nasça de maneira saudável. O estudo constatou que o álcool interfere na qualidade do espermatozoide do futuro pai.

O principal risco associado ao uso de álcool pelo homem é uma possível interferência na formação do bebê. A pesquisa relacionou o uso de bebidas com a Síndrome alcoólica fetal (SAF). No feto, esse quadro provoca baixo peso ao nascer, problemas de atenção e hiperatividade e má coordenação. A relação SAF e álcool na formação do bebê também tem relação com o consumo da bebida pelas mães.

"Durante anos, não houve qualquer consideração sobre o uso de álcool pelos homens. Nos últimos cinco a oito anos, começamos a notar que existem certas condições em que existe uma influência paterna muito forte no que diz respeito à exposição ao álcool e ao desenvolvimento fetal. Com este projeto, queríamos ver quanto tempo levaria para que os efeitos do álcool no esperma desaparecessem", disse Michael Golding, professor do Departamento de Fisiologia Veterinária e Farmacologia da Faculdade de Medicina Veterinária e Ciências Biomédicas, da Texas A&M University.

"Achávamos que seria uma mudança relativamente rápida de volta ao normal, mas não foi. O processo de retirada [do álcool do espermatozoide] demorou mais de um mês", continuou. Ao beber álcool, o fígado de um indivíduo sofre estresse oxidativo, levando o corpo a produzir em excesso certos produtos químicos. Esse processo interrompe a atividade celular normal.

Mudança da narrativa

Até o surgimento das discussões acadêmicas provocadas pelo trabalho de Golding, a relação entre uso de álcool e a má formação do feto era, apenas, atrelada aos hábitos da mãe, mesmo quando elas não consomem álcool durante a gravidez.

Diante da constatação de que futuros pais e mães devem abdicar do uso de álcool para que o bebê nasça de forma saudável e sem problemas congênitos, Golding orienta que os casais devem se abster do uso da bebida por "pelo menos" três meses antes da concepção.

 

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