Unaids

Pandemia de HIV/Aids pode ressurgir, alerta a ONU

Segundo a diretora da Unaids, nenhum país preencher o vazio deixado pelo auxílio dos EUA, poderá haver 6,3 milhões de óbitos a mais no mundo nos próximos quatro anos

Os cortes na ajuda externa dos Estados Unidos para programas de combate ao HIV podem deflagrar uma pandemia de Aids, com milhões de mortes, alertou o programa da Organização das Nações Unidas (ONU) Unaids. Segundo a diretora da entidade, Winnie Byanyima, se nenhum país preencher o vazio deixado pelo auxílio norte-americano, poderá haver 6,3 milhões de óbitos a mais no mundo nos próximos quatro anos. 

"Estamos falando de um número 10 vezes maior (do que o registrado hoje)", disse Byanyima aos jornalistas em Genebra. "Vamos ver pessoas morrendo como vimos nas décadas de 1990 e 2000", declarou. 

Os Estados Unidos têm sido, historicamente, o maior doador de ajuda humanitária para o programa de HIV/Aids. No entanto, o presidente Donald Trump impôs cortes à ajuda internacional, gerando preocupação sobre as consequências.

América Latina

"A longo prazo, veremos a pandemia da Aids ressurgir em escala mundial não apenas em países de baixa renda (...) da África, mas também, em populações da Europa Oriental e América Latina", afirmou Byanyima. Ela alertou que existe o risco de as conquistas dos últimos 25 anos serem perdidas. 

Segundo a Unaids, pesquisas sobre uma vacina contra o HIV e um estudo sobre profilaxia de ação prolongada na África do Sul foram parados devido aos corte. "Um grande estudo de pesquisa sobre tuberculose também foi interrompido devido a cortes de financiamento nos Estados Unidos, levando a temores de interrupções na prestação de serviços, reduções na adesão ao tratamento e aumentos na transmissão e mortalidade por TB", ressaltou um comunicado do organismo da ONU. 


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