Emagrecmento

Combinação em forma de cápsula promete sugar gordura

São pequenas esferas à base de plantas que se formam espontaneamente por meio de uma série de ligações químicas entre os polifenóis do chá-verde e a vitamina E. A fórmula será apresentada nesta sexta-feira na reunião da Sociedade Norte-Americana de Química, em Washington

Intervenções para perda de peso, incluindo cirurgia de bypass gástrico e medicamentos que impedem a absorção de gordura da dieta, podem ser invasivas ou ter efeitos colaterais negativos. Agora, pesquisadores desenvolveram microesferas comestíveis feitas de polifenóis do chá-verde, de vitamina E e de algas marinhas que, quando consumidas, se ligam aos lipídios no trato gastrointestinal. Resultados preliminares de testes com ratos mostram que a abordagem para perda de peso pode ser mais segura e acessível do que bariátrica ou remédios. 

Yue Wu, estudante de pós-graduação da Universidade de Sichuan, na China, queria atingir o processo de absorção de gordura como intervenção para perda de peso, mas sem efeitos colaterais negativos de medicamentos que têm esse mecanismo, como o orlistate, mais conhecido no Brasil como xenical. O remédio pode causar diarreia e, em algumas pessoas, condições graves, como danos hepáticos e renais.

Estrutura

A equipe liderada por Wu criou pequenas esferas à base de plantas que se formam espontaneamente por meio de uma série de ligações químicas entre os polifenóis do chá-verde e a vitamina E. Essas estruturas podem formar ligações químicas às gotículas de gordura e servir como o núcleo de ligação dos lipídios gordura das microesferas. O resultado do estudo será apresentado nesta sexta-feira (22) na reunião da Sociedade Norte-Americana de Química, em Washington. 

Os pesquisadores, então, revestiram as esferas com um polímero natural derivado de algas marinhas para protegê-las do ambiente ácido do estômago. Uma vez ingerida, a molécula se expande em resposta ao pH ácido, e os polifenóis do chá-verde e os compostos de vitamina E se ligam e retêm gorduras parcialmente digeridas no intestino.

Em ratos alimentados com uma dieta rica em gordura, as microesferas administradas por 30 dias resultaram na perda de 17% do peso corporal total. Os animais do grupo de controle não emagreceram. Os primeiros também tiveram redução do tecido adiposo e menos danos hepáticos em comparação aos roedores que ingeriram quantidades altas de lipídio, mas sem a invenção da equipe de Sichuan. Os pesquisadores já iniciaram um ensaio clínico em humanos, em colaboração com o Hospital da China Ocidental da Universidade de Sichuan. "Isso representa um grande passo rumo à tradução clínica de nossas microesferas à base de polifenóis, após nossos resultados fundamentais", afirma Wu.

 

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