A direção de A Fazenda 17 parece ter adotado a política do “não vi, não ouvi, não sei” quando o assunto é agressão dentro do confinamento. A mesma equipe que um dia teria expulsado Gaby Spanic por simular um tapa combinado em Tamires, agora finge que nada acontece enquanto a casa pega fogo — e não é no bom sentido.
O elenco feminino, completamente sem rédea, transformou o reality rural num verdadeiro ringue de grosserias, palavrões, empurrões, cusparadas e truculências inéditas até para os padrões de Itapecerica. Carol Lekker, Saory, Tamires e Rayane são o retrato perfeito desse submundo televisivo que ainda seduz quem gosta de ver caos ao vivo, na telinha, antes de dormir. O famoso “vale tudo pela audiência”, né? E, aparentemente, vale mesmo.
Diversos episódios classificados pelo público como agressões claras — alguns pedindo expulsão imediata — simplesmente passaram batido pela produção. No máximo, Adriane Galisteu aparece com aquele comunicado protocolar, mais “passa pano” do que repreensão. Uma bronca de mãe que, na prática, não muda nada no comportamento dos peões, que a cada semana sobem um degrau na escala da violência.
A participante Rayane Figliuzzi virou alvo oficial dentro da casa. Sem descanso, sem respiro e agora sem dormir, a peoa vem acumulando um dossiê de situações que fariam qualquer direção séria intervir: braço enfaixado, cusparada na cara, queda da cama, perseguição em grupo e o interminável “bate panela” — que já virou tortura sonora com regador, balde e tudo mais que estiver à mão. Quando Rayane pediu ajuda à produção, o retorno foi o mesmo de sempre: silêncio absoluto. Nada, zero, vácuo.
Enquanto isso, Saory, Carol Lekker e Tamires seguem firmes como algumas das participantes mais subterrâneas de todas as edições, colecionando momentos dignos de advertência severa — mas recebendo apenas luz, câmera e mais tempo de tela.
A direção do programa, assim como a própria Record — aquela que um dia se orgulhava de ser a emissora da “família brasileira” — parece ter perdido completamente o controle do que acontece dentro do cercado de Itapecerica. E, ao que tudo indica, desde que a audiência esteja lá em cima, nada mais importa. Afinal, no fim das contas, sempre dá para fingir que é só entretenimento.
