Nascidas em Belém do Pará e criadas em Ananindeua, as irmãs gêmeas Emanuelle e Emanuella começam a se consolidar como uma das novas promessas da música gospel pentecostal no Brasil.
Filhas de pastores e formadas dentro da Assembleia de Deus Campeões da Fé, as duas cresceram imersas em um ambiente religioso que moldou não apenas a fé, mas também o rumo de suas carreiras.
Desde cedo, a igreja foi praticamente uma extensão da casa. A construção do templo acompanhou o crescimento das meninas, que passaram a infância cercadas por hinos da Harpa Cristã, cultos e atividades da comunidade.
Esse ambiente, segundo elas, pavimentou o caminho que mais tarde se tornaria ministério.
Apesar da timidez, o talento musical apareceu ainda na infância, quando as irmãs imitavam ornamentos vocais inspirados em Bruna Karla.
O que era brincadeira chamou a atenção dos pais, que perceberam ali um potencial artístico e espiritual. A partir daí, passaram a cantar nos cultos, ainda discretas, mas determinadas a superar o medo de se apresentar.
Durante a adolescência, entre os 14 e 15 anos, enfrentaram um período emocionalmente delicado. A fase, marcada por tristeza e falta de propósito, acabou se tornando ponto de virada.
Ao aconselharem jovens e adultos que viviam dilemas semelhantes, reconheceram que suas experiências poderiam servir para fortalecer outras pessoas.
A transformação mais profunda veio quando decidiram iniciar um período de oração, leitura bíblica e hinos da Harpa.
O propósito, que inicialmente duraria três dias, estendeu-se por quarenta. Foi esse ciclo que, segundo as duas, consolidou a vida devocional, fortaleceu a identidade pastoral e amadureceu a vocação ministerial.
Aos 19 anos, ingressaram oficialmente no ministério pastoral. Paralelamente, buscavam oportunidades na música, mas sempre com a preocupação de encontrar profissionais que não tratassem a arte apenas como mercado, e sim como extensão do chamado espiritual.
O momento de virada na carreira veio em 28 de novembro, quando gravaram espontaneamente uma trend com o trecho de Lamento de Israel.
O vídeo ultrapassou um milhão de visualizações, abrindo portas e atraindo diversos produtores. Entre os contatos, um se destacou: o de Alex Passos, diretor de A&R e nome influente na música gospel, com passagem por projetos de artistas como Thalles Roberto, Fernandinho, Diante do Trono e Eli Soares.
Passos afirmou que não via as duas como “um produto”, mas como “um propósito”, exatamente o que a dupla buscava.
A conexão marcou o início de um novo capítulo para as jovens paraenses, que agora vivem uma fase de expansão, estruturando projetos que unem música, evangelização e ações voltadas à saúde emocional e espiritual de seus seguidores.
Com identidade musical fortemente pentecostal e postura pastoral presente em cada ministração, Emanuelles surgem como representantes de uma nova geração do gospel: artística, devocional e conectada às dores reais do público.
Mais do que duas vozes que despontam no cenário nacional, elas carregam uma história de superação, disciplina espiritual e propósito, elementos que agora se refletem na música e no ministério que constroem juntas.
