CARNAVAL!

Famosos elegem o Carnaval de base como o novo queridinho da folia; conheça

Ailton Graça e Sheila Melo reforçam a escolha por uma festa mais próxima das comunidades


Longe dos holofotes do espetáculo televisivo e da lógica rígida das grandes competições, o Carnaval de base vem ganhando protagonismo entre artistas, intelectuais e personalidades públicas. A escolha revela um movimento claro: cada vez mais famosos têm buscado a essência da festa popular, onde ainda é possível brincar Carnaval de forma espontânea, coletiva e conectada às comunidades.

Enquanto o Carnaval do Anhembi se consolidou como um evento grandioso, técnico e amplamente televisionado, o Carnaval de base preserva outro ritmo — menos cronometrado, mais livre e profundamente criativo. A avaliação é de Nenê Teixeira, presidente da Uesp (União das Escolas de Samba Paulistanas), que observa esse deslocamento simbólico como um reflexo do desejo por pertencimento e autenticidade.

É nesse ambiente que nomes conhecidos do público se sentem à vontade para participar de forma ativa. O ator Ailton Graça, por exemplo, desfilou na escola Lava-Pés e chegou à presidência da agremiação, reforçando um vínculo real com a comunidade. A filósofa e escritora Djamila Ribeiro atuou como jurada do Miss Uesp, assim como Eliane Dias e Adriana Lessa. Já Sheila Mello foi rainha de bateria da escola Vale Encantado por alguns anos. Fabrício Oliveira e Joyce Ribeiro são outros nomes de destaque. Em comum, todos foram atraídos por um Carnaval que une cultura popular, diversidade e troca genuína.

Segundo Nenê Teixeira, essa presença não acontece por acaso. “O Carnaval de base permite que as pessoas vivenciem a festa, não apenas assistam a ela. Aqui, o famoso não está distante, ele participa, se envolve, aprende e ensina. É o Carnaval como espaço de troca”, analisa.

Além do valor simbólico, o impacto econômico do Carnaval de base também é significativo. Ele movimenta a economia local e gera renda para costureiras, aderecistas, músicos, coreógrafos, comerciantes e pequenos empreendedores dos bairros onde as escolas estão inseridas, fortalecendo territórios e cadeias criativas que vão muito além dos dias de desfile.

Com menos recursos financeiros e mais inventividade, a criatividade se torna um dos principais ativos dessas escolas e blocos, transformando escassez em potência estética. Para Nenê, é justamente essa verdade que atrai cada vez mais atenção. “O Carnaval de base não concorre com o Anhembi. Ele complementa. Enquanto um encanta pelo espetáculo, o outro conquista pela verdade. E é nessa verdade que muitos famosos querem estar”, conclui.

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