Se a maternidade planejada já traz uma série de dúvidas e apreensões, imagina quando ela chega de surpresa. Conheça a história de cinco mulheres que, de repente, se viram grávidas. E hoje celebram a vida ao lado dos filhos
"Parabéns! Você vai ser mamãe!" Não se pode negar que a frase é forte e, às vezes, assusta. Para algumas, a notícia era até esperada, mas, para outras, a novidade veio no susto. Sim, elas não planejaram, mas um bebê está a caminho. Choque, medo, insegurança. Ao mesmo tempo, felicidade, ansiedade e amor.
Eles vieram sem avisar e chegaram mudando tudo. As mudanças físicas, aos poucos, vão aparecendo, e as psicológicas, também. Para a psicóloga Maria Tereza Maldonado, autora do livro Psicologia da gravidez, a gestação muitas vezes causa uma duplicidade de sentimentos na mulher, principalmente nos casos em que ela não foi planejada. "Querer, mas ter medo, não saber se vai dar conta, se é o momento certo gera o que a gente chama de ambivalência: essa balança do querer e do não querer."
Maria Tereza ainda explica que é no decorrer da gravidez, com as ultrassons e os movimentos do bebê, que a mulher vai se acostumando com a ideia de ser mãe. "Isso vai mudando a balança do quero e não quero e vai puxando para o lado do quero. Ele está presente, ele está ali e isso vai tomando forma à medida que a gravidez vai evoluindo", justifica.
O processo de relação entre mãe e filho também se dá de modo natural. De acordo com a psicóloga, aos poucos, as mães vão entendendo a comunicação do neném, como os choros e os risos. Para ela, o importante é ver os desafios como uma oportunidade de aprendizagem. "A vida não é previsível nem oferece garantias, mas a gente precisa sempre estar aberto a experiências. Mães e pais aprendem muito com os filhos. Os pais oferecem muitas coisas, mas recebem também."
Vivenciar cada momento da gestação descoberta de surpresa se torna ainda mais importante pelo fato de que maioria dessas mamães só descobre a gravidez depois de 20 semanas. "Muitas só percebem quando sentem o bebê se mexendo e pensam que estão com algum problema de saúde. Quase todas, quando perguntamos se há chances de gravidez, negam veementemente", diz Janaína Sturari, ginecologista e obstetra do Hospital Santa Lúcia. A descoberta tardia faz com que o processo seja ainda mais rápido.
Assim, muitas mulheres vão ultrapassando os desafios e se mostrando verdadeiras mãezonas. Algumas julgavam não estar preparadas e a pergunta "será que vou dar conta?" era uma espécie de mantra entre elas. A uma semana do Dia das Mães, a Revista compartilha histórias de algumas heroínas que responderam a essa pergunta na prática.
O programa Eu não sabia que estava grávida, exibido pelo canal norte-americano Discovery Home and Health, mostra casos de mulheres que descobriram a gestação no momento do parto. O caso de Larissa e das mulheres retratadas no programa é raro e pode ter diversas causas. A ginecologista e obstetra Janaína Sturari explica que entre as causas está o sobrepeso da mãe, que não permite que o crescimento do ventre seja observado; mulheres que não percebem a ausência da menstruação por terem ciclos irregulares, seja causado por síndromes, seja por excesso de atividade física; e posicionamento mais profundo da pélvis, com o útero um pouco mais interno no organismo. "O bebê cresce, mas não se pronuncia para fora", detalha Janaína.
Mulheres que engravidam antes dos 18 anos e depois dos 40 precisam tomar alguns cuidados especiais. Segundo Renato de Oliveira, ginecologista responsável pela área de reprodução humana da clínica Criogênesis, nas mulheres menores de 18, o sistema reprodutor ainda não foi totalmente desenvolvido, aumentando os riscos de aborto espontâneo, parto prematuro e hipertensão arterial. Após os 40, há um aumento nos casos de diabetes gestacional, prematuridade, surgimento de doenças genéticas, devido ao envelhecimento do óvulo, e hipertensão durante a gestação. Nessas faixas etárias, é importante que o pré-natal seja mais rigoroso, com consultas e exames frequentes, garantindo que os possíveis problemas sejam identificados e tratados logo que se manifestem.
20 anos - O período é considerado ideal para a gravidez, pois, nessa fase, a fertilidade da mulher está em alta e há um risco menor de ter problemas gestacionais, como malformação genética, pois os óvulos são mais jovens.
30 anos - Para muitas mulheres, esse é o melhor período para pensar na maternidade. "A decisão de postergar a gestação é consequência, principalmente, de fatores sociais, como a competitividade na vida profissional e a espera de uma melhor situação econômica. Nesse cenário, mulheres com 30 anos têm 15% de probabilidade de engravidar a cada mês de tentativa e 80% de chance de gravidez dentro de um ano", explica Renato de Oliveira, ginecologista responsável pela área de reprodução humana da clínica Criogênesis.
30 anos - Após 35 anos - Ao nascer, a menina já perde 70% dos oócitos, que são os gametas femininos, resultando em, aproximadamente, dois milhões de gametas. "Na menarca, ou seja, primeira menstruação, a mulher possui de 300 a 500 mil oócitos. Aos 30 anos, estima-se que apenas 500 oócitos serão selecionados para serem ovulados. E, depois dos 35, há uma queda importante tanto da quantidade quanto na qualidade dos oócitos maternos, que por possuírem a idade da mãe, ficam mais suscetíveis a alterações genéticas e erros na divisão celular quando fecundados. Assim, principalmente após os 38, aumenta a probabilidade tanto de aborto quanto de nascimento de uma criança com alguma síndrome genética", explica o médico.
Cozinheira das boas, era dona Rosa quem preparava as refeições da família, quase sempre observada por David. "Ela até me ensinava, mas, por segurança, só me deixou pegar na panela quando completei 13 anos", recorda- se. Muitos desses experimentos culinários estão catalogados no caderninho. "Não são receitas autorais, mas de família ou repassadas por amigas. Tem muitos pratos peruanos e guatemaltecos, mas também de vários lugares do mundo", ressalta.
O chef lembra que, no dia a dia, os almoços e jantares eram feitos com receitas da Guatemala mesmo. Em ocasiões especiais, porém, eram servidos pratos típicos do Peru. "Minha mãe fazia questão de nos ensinar sobre a história, a cultura e os costumes do país onde nasceu."
Em 1982, o pai de David foi sequestrado pela guerrilha e a família viveu momento de muita aflição. Era chegada a hora de uma nova mudança. O destino? Brasil. "No início da década de 1980, o Nordeste brasileiro estava vivendo sérios problemas de desnutrição das suas crianças. Meu pai veio tentar solucionar esse problema. Ele, inclusive, esteve ao lado de Zilda Arns na fundação da Pastoral da Criança", orgulha-se.
A família ficou estabelecida em Brasília, enquanto Aaron Lechtig rodava o Brasil a trabalho. Em 1986, a matriarca foi acometida por um câncer de pulmão, apesar de nunca ter fumado. "Eu tranquei a faculdade para cuidar da minha mãe. Fiquei com ela até o fim", emociona-se. Como ela não gostava de dar trabalho e para evitar os trâmites com traslado do corpo, dona Rosa pediu para ser enterrada aqui.
"Com a morte da minha mãe, meu pai ficou completamente desnorteado e decidiu que ia se mudar para Moçambique. Eu cursava publicidade na UnB e ele queria mandar as minhas irmãs para os Estados Unidos, mas eu bati o pé e disse que cuidaria delas aqui em Brasília." Os três ficaram em terras candangas, mas, durante um mês do ano, a família voltava a se reunir no Texas, onde o dr. Aaron dava aulas na Universidade de Houston.
As irmãs de David se casaram e se mudaram para os Estados Unidos, enquanto ele terminou a faculdade e foi fazer mestrado em marketing em São Paulo. Quando acabou o curso e sem poder renovar o visto de estudante, David entrou no Ministério da Justiça com o pedido de cidadania, alegando questões humanitárias, já que não tinha identidade com nenhuma pátria. "Hoje, sou mais brasileiro que muita gente que nasceu aqui", diz
A profissão de chef David começou quase por um acaso, apesar de ter crescido com a paixão pela gastronomia. "Ainda não sabia ao certo o que ia fazer da vida. Estava passando pelo Setor Bancário Norte e vi um ponto comercial muito bom abandonado. Tive a ideia de montar um restaurante. E, assim, eu e o meu companheiro abrimos, em 1993, o Sancho Pança, um self service que existe até hoje, mas que já não nos pertence."
Com a moda do tex mex chegando ao Brasil e tantas idas a Houston, o chef teve a ideia de, em 2003, abrir o El Paso na 404 Sul. Hoje, são três casas. "Teve uma época que chegamos a ter oito restaurantes. Por questão de qualidade de vida, porém, ficamos apenas com o El Paso." O restaurante virou em tex mex na cidade, mas, mais uma vez, David viu uma oportunidade de inovar. Com a culinária peruana invadindo o mundo, incluiu no cardápio pratos típicos do seu país natal.
Com a coluna, ele compartilha as receitas de dois deles, retiradas do caderninho da mãe: o aji de gallina e os alfajores. O doce, tão conhecido na Argentina, nesse caso, é preparado ao estilo chiclayano. "A receita foi elaborada por minha avó e passada em manuscrito para a minha mãe. Para adaptar ao clima tropical brasileiro, acrescentei uma bola de sorvete. É um sucesso no restaurante."
No ano passado, o pai de David morreu em Lima e o filho também ficou ao seu lado até o fim. Hoje, em todos os natais, ele, as irmãs e os sobrinhos se reúnem nos Estados Unidos, onde ainda moram. O caderninho de receitas sempre acompanha David na viagem. Dele, são retiradas todas as receitas da ceia. Assim, mesmo depois de mais de 30 anos, a matriarca continua a unir a família.
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O período ideal para voltar às atividades físicas depende das condições
físicas da mulher,
do tipo de parto, da existência ou não de complicações no pós-parto e dos
exercícios
que a mulher pretende fazer. Segundo o especialista em ginecologia e
obstetrícia
José Gomes de Moura Neto, para as pacientes submetidas ao parto normal, sem
complicações,
o retorno pode ser em 15 dias. Lembrando que os exercícios devem ser
iniciados com
caminhadas leves.
Musculação, ginástica e esportes devem ser realizados com cautela,
dando ênfase ao
fortalecimento da musculatura abdominal. "Para as pacientes submetidas a
cesárea,
os exercícios físicos só devem ser retomados após 30 dias, pois é o período
suficiente
para que haja resistência da musculatura abdominal, principalmente no local
onde
ocorreu a incisão cirúrgica.
Nesse caso, as atividades precisam ser lentas e progressivas. Os
abdominais não devem
ser amplos, com poucas repetições e de leve intensidade", explica. As
atividades
aquáticas, como hidroginástica ou natação, são uma boa opção, por serem
exercícios
de menor impacto, porém, segundo o médico, devem ser realizadas após 42 dias
do parto.
A ioga também é uma boa opção para as mulheres sedentárias anteriormente à
gestação.