A apresentadora Bela Gil publicou em seu Instagram, na última semana, uma selfie agarrada ao filho, de 4 anos, de frente para o espelho, sorrindo em direção ao celular. A criança está sem roupa, e ela, de calça jeans e, aparentemente, sem nenhuma peça que cubra os seios. Na legenda: "A gente é um grude, eu sei e amo!". No entanto, apesar da repercussão positiva, a foto acabou sendo removida pela plataforma.
Três dias após a censura da publicação, Bela voltou a repostar a imagem na rede social nesta quarta-feira (2/9). Na descrição, ela conta que publicou a foto em nome “do verdadeiro amor entre mãe e filho” e que “é coisa de pele, sim!”. Ainda aproveitou para pedir que denunciem os pedófilos e abusadores sexuais nas plataformas e não “a expressão de ternura, dengo e afeto”. O novo post já acumula mais de 95 mil curtidas.
Políticas e diretrizes da rede social
Não é de hoje que as políticas e diretrizes para os usuários do Instagram geram dúvidas entre os internautas. Pais colocando fotos de menores, então, é um tema recorrente no mundo da segurança digital. Afinal, o que pode e o que não pode?
Costumeiramente, a rede social exclui fotos de seios femininos em que aparecem os mamilos. Em nota, a plataforma justificou que o procedimento é para garantir a segurança das usuárias — impedindo que, por exemplo, as imagens sejam compartilhados sem o consentimento da pessoa fotografada ou que pornografia infantil seja distribuída. Registros de mamilos masculinos, entretanto, continuam no ar.
No caso da imagem de Bela Gil, o Instagram respondeu que o fato de ter "muita pele exposta" pode ter sido um dos critérios para que a publicação fosse removida — isso está previsto entre as diretrizes do Instagram para os pais em relação à privacidade e segurança.
As situações são julgadas não pela quantidade de usuários que denunciam a foto, como comumente pensado, mas pelo tipo de conteúdo que é veiculado. Ou seja, se há um risco de a foto de uma criança sem roupa vir a ser utilizada como pornografia infantil, ela poderá ser removida.
"Por motivos de segurança, podemos remover algumas imagens que apresentam crianças nuas ou parcialmente nuas. Mesmo quando o conteúdo é compartilhado com boas intenções, ele pode ser usado por outras pessoas de maneira inesperada", avisa o comunicado de diretrizes da comunidade do Instagram.
'Foi um erro'
O Facebook, empresa que administra o Instagram, comunicou por meio de nota que a remoção da foto da apresentadora foi um erro: "Milhares de conteúdos são reportados e revisados semanalmente pelas equipes do Instagram e, às vezes, removemos conteúdos que não deveríamos. Foi o que aconteceu com o conteúdo em questão e pedimos desculpas. Trabalhamos para corrigir o erro assim que fomos notificados e o conteúdo já foi restaurado".
Quem avalia os conteúdos reportados?
Segundo a plataforma, há tanto revisores humanos quanto um sistema de inteligência artificial. Ambos trabalham na avaliação dos conteúdos reportados conforme as diretrizes da rede.
Contudo, por causa da pandemia causada pelo novo coronavírus, o mapeamento tem sido cada vez mais automatizado, diz a empresa, para "priorizar cuidadosamente os relatórios do usuário e alterando temporariamente o processo de recursos".
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