Batucada candanga

Grupo brasiliense Menos é Mais vive momento de ascensão e exportação do trabalho. Ao Correio, fala sobre o momento e adianta novidades do próximo álbum e do show de hoje, em Brasília

Adriana Izel
postado em 18/09/2020 00:50
 (crédito: Fotos: André Kazuo/Divulgação - Ricardo Ribeiro/Divulgação)
(crédito: Fotos: André Kazuo/Divulgação - Ricardo Ribeiro/Divulgação)

ano de 2020 começou cheio de planos para o grupo brasiliense Menos é Mais. Desde o ano passado, a banda que surgiu em 2016, vinha ganhando projeção nacional em função dos trabalhos lançados na internet, como o Churrasquinho do Menos é Mais. O projeto caiu no gosto do público ultrapassando as barreiras do quadradinho, chegando, inclusive, a famosos, como o jogador Neymar, e a artistas do pagode carioca.
Com a pandemia, o grupo mudou alguns planejamentos, mas se viu num momento ainda de ascensão. As lives da banda fizeram muito sucesso. O quinteto, composto por Duzão (vocalista), Gustavo Goes (percussionista), Jorge Farias (percussionista), Paulinho Félix (percussionista) e Ramon Alvarenga (percussionista), também lançou duas faixas inéditas e autorais — Recaída, em janeiro, e Homem de ferro, em março — e foi convidado para participar da gravação do DVD do grupo Pixote, que teve a primeira parte lançada nesta semana.
Além disso, o grupo assinou um contrato com uma gravadora e com um escritório que agencia artistas do pagode e iniciou a gravação do primeiro álbum com apenas canções inéditas. Não bastasse tudo isso, nesta semana, foi indicado na categoria Experimente, de artistas de revelação, do Prêmio Multishow 2020, que terá votação popular. “Desde o fim do ano passado, as coisas começaram a dar ainda mais certo pra gente. Estamos felizes de, agora, podermos ter mais pessoas sonhando junto com a gente”, afirma Gustavo Goes, percussionista do grupo em entrevista ao Correio.

Inéditas

O primeiro sonho que será realizado é da gravação de um álbum com uma gravadora. O grupo deu início ao processo no Rio de Janeiro. As bases estão gravadas e, em breve, a banda retorna à cidade para dar continuidade ao projeto. É o primeiro material apenas com faixas inéditas e terá composições de grandes nomes do segmento como Xande de Pilares e Wilson Prateado, além do cavaco de Mauro Diniz, dos arranjos de Nélio Jr. e da produção musical de Rafael dos Anjos, brasiliense radicado no Rio de Janeiro. “A gente pretende fazer algo que emocione e anime, mas sempre mantendo a nossa essência, que é a nossa batuca, essa força dos instrumentos. Somos um grupo muito percussivo. Sempre colocamos a percussão nas músicas que a gente faz”, completa Goes.
O outro objetivo é levar o pagode brasiliense para o trabalho. “Queremos falar muito de Brasília nesse álbum. Trazer toda essa energia do pagode candango”, acrescenta. E que pagode é esse? Gustavo Goes diz que é difícil explicar com palavras: “Tenho certeza que as pessoas notam a diferença. Não só o sotaque, que é diferente do Rio. Quem assiste a nossos vídeos notam essa energia um pouco diferente. Tem a batucada, além de que temos um cantor diferenciado que consegue cantar músicas de amor e animadas, como ninguém. Acho que isso”.
Atualmente, o grupo divide a exportação do batuque candango com o Di Propósito. “É até meio curioso isso acontecer com a gente, porque Brasília, tradicionalmente, tem muito samba e pagode, o próprio Clube do Choro é um fato determinante, sempre produziu grandes músicos. Então, pra gente, é muito importante carregar essa bandeira de Brasília para os outros estados. Era algo que a gente sempre quis fazer”, revela.

Volta

Com os shows suspensos, o grupo começou a voltar aos palcos no formato drive-in. As primeiras experiências foram em participações especiais. A estreia foi ao lado do grupo Pixote em São Paulo com quem o Menos é Mais gravou uma canção do novo DVD da banda, ainda inédita. O convite para o trabalho veio do próprio Dodô, vocalista do Pixote, que, ao Correio, teceu elogios ao quinteto. “Os meninos eram muito fãs do Pixote. Falaram que a gente era a inspiração deles. Eles estão num momento muito bom. A gente quis mostrar o talento que eles têm fazendo isso (gravando junto). Para o nosso segmento é muito bom eles estarem fazendo parte dessa nova geração do samba”, diz o vocalista.
Há algumas semanas, eles estiveram no drive-in de Brasília, o Drive Show, para participar da apresentação de Dilsinho. Hoje, a partir das 20h30, eles voltam ao local, mas, agora, para um show próprio, que coroa essa ótima fase. “Preparamos um show bem bacana, mesclando as melhores músicas que a gente tem no nosso canal. Vai ter música animada e romântica. Aliado a isso, vamos ter todo um trabalho técnico por trás do show, com LED, algo bem diferenciado. Não queremos igualar ao um show ao vivo, mas queremos que as pessoas se emocionem”, explica Gustavo Goes.

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