Música

Tatá e Danú lançam 'Suíte para Eletrodos', álbum com conexões sonoras

Na narrativa do disco, orixás, sons eletrônicos e percussivos

Paula Barbirato*
postado em 18/09/2020 07:59 / atualizado em 18/09/2020 07:59
 (crédito: Mônia Silvestrin/Divulgação)
(crédito: Mônia Silvestrin/Divulgação)

Os caminhos de interesse trilharam para que Tatá e Danú se conhecessem e firmassem parceria em uma “aulafesta” de percussão, no antigo espaço de George Lacerda, músico brasiliense. Partindo de “mulheres compondo para colocar o som na roda”, como pontua Danú, a tônica das composições envolve um tom político sobre cantar o mundo que se deseja e falar de assuntos que não podem ser esquecidos. Suíte para Eletrodos, álbum mais recente delas, é a narrativa de como “um rio não morre impunemente”.

As canções Bento e Mariana — Não é uma história de amor, Araruê — Exú abre caminhos, Vem Iara — Toda rima é vã, Kaô Xangô — O tempo da justiça, Com olhos de Oyá — Andar pra quê?, Obatalá — Cria a morte e cria a vida compõem o disco e possuem conexões sonoras como em uma suíte, a qual os temas formam a narrativa junto aos sons eletrônicos e percussivos, criados por Larissa Umaytá, e dão origem ao nome do álbum.

Suíte para Eletrodos conta também com Wilson Bebel e Pedro Miranda, na parte dos arranjos e da direção musical; Dudu Maia, para mixagem e masterização, além de clipe por Felipe Cavalcante.

Narrativa

“Tenho sentido esse disco, cada vez mais, no clima apocalíptico”, afirma Tatá sobre as tensões civilizatórias que circundam o mal-estar urbano e o esquecimento da natureza. Iniciando com Bento e Mariana — Não é uma história de amor, a música abre a narrativa, segundo Danú, a partir do desastre ambiental que assassinou o Rio Doce e devastou o distrito Bento Rodrigues, no município de Mariana, Minas Gerais, em 2015.

As faixas representam o chamado dos Orixás para que tomassem ciência de que a ganância humana havia causado e compreender o que viria depois. De acordo com a descrição do disco, Zé Pilintra abre os caminhos, Iara sabe da dor e sente pelas vidas interrompidas, Xangô aparece e enxerga o tempo da justiça, Iansã vem para superar o medo e Obatalá, como criador da vida e da morte, lança um canto sábio de que não há impunidade para a situação.

* Estagiária sob supervisão de Igor Silveira

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