MÚSICA

Parceria com Fux

» Irlam Rocha Lima

Embora seja um dos maiores autores de hits da MPB, Michael Sullivan estava meio sumido da mídia nos últimos tempos. O nome do compositor pernambucano voltou a ganhar destaque recentemente, quando o ministro Luiz Fux, ao tomar posse na presidência do Supremo Tribunal Federal (STF), o citou como parceiro de uma música. “Ele me deu a honra de parceria na canção Flor Mariana, como presente de casamento para minha filha”, ressaltou o jurista.
Fux e o cantor Hyldon estão entre os raros coautores das 1.500 composições escritas por Sullivan, que tem em Paulo Massadas o parceiro da maioria dos seus incontáveis sucessos. São canções da dupla, interpretada por astros e estrelas de estilos diversos, que fazem parte do imaginário de muita gente: Amor perfeito (Roberto Carlos), Um dia de domingo (Gal Costa e Tim Maia), Deslizes (Fagner), Me dê motivo (Tim Maia), Estranha loucura (Alcione), Joga fora no lixo (Sandra de Sá), Lua de Cristal (Xuxa), Fui eu (José Augusto), Talismã (Leandro e Leonardo) e Wisky a go go (Roupa Nova).
Algumas dessas músicas foram gravadas pelo próprio compositor em alguns discos lançados por ele, como Duetos (2003), em que juntou a voz às de Simone, Fagner e Tim Maia; Sullivan ao Vivo — Na Linha do tempo (2010), com a participação de Arnaldo Antunes, Carlinhos Brown, Martinho da Vila, Roberto Menescal e a mulher, Anayle; e o de 1988, em duo com Massadas, tendo Sérgio Mendes e Jermaine Jackson como convidados.
Michael Sullivan, cujo nome na certidão de nascimento é Ivanilton Lima, iniciou a trajetória artística ainda na adolescência na Rádio Jornal do Commércio. Logo depois, no Rio de Janeiro, depois de conhecer Hyldon, Cassiano, por meio dos quais se aproximou de Tim Maia. À época, em 1969, compôs com Massadas Me dê motivo, gravada por Tim Maia. Outra passagem dele foi como músico e vocalista, no grupo Renato e Seus Blue Caps..
O mais novo trabalho de Sullivan, detentor de prêmios e no exterior (inclusive um Grammy Latino) é a canção Pátria de saia, que compôs com o rapper Negrone, com a participação de Marcuri Leite, representante da tribo indígena Fulni-ô. “No momento, vejo no país uma relação tóxica entre extremos. Acabo por sentir um peso de viver na nossa terra. Na minha visão, a pátria é como a mãe. Essa canção carrega este tom”, afirma Sullivan.