ARTES VISUAIS

Fotografia passional

Nahima Maciel
postado em 09/10/2020 19:36 / atualizado em 09/10/2020 21:33
 (crédito: Eduardo Moreira/Divulgação)
(crédito: Eduardo Moreira/Divulgação)

Eduardo Moreira sempre foi apaixonado por Brasília. Filho de funcionário público transferido do Rio de Janeiro para a capital há seis décadas, ele desembarcou na cidade aos 7 anos e se encantou pelas ideias e formas que deram origem à cidade. Mas foi apenas em 2008 que Moreira começou a fotografar a arquitetura brasiliense. E, como diretriz, ele estabeleceu o compromisso de fugir das imagens de cartão-postal. O resultado está em centenas de fotografias realizadas ao longo de mais de uma década, das quais oito acabaram premiadas no Umbra International Photography Awards de 2019-2020, na categoria não-profissional.

Na série escolhida pelo júri do prêmio estão os locais mais conhecidos da cidade, aqueles que fazem dela um patrimônio da arquitetura moderna, mas os ângulos focados por Moreira não são os mais comuns. “Eu queria fugir do óbvio da fotografia de cartão-postal, não é aquela fotografia do Congresso que a gente vê por aí, não é a fotografia da Catedral, são determinados ângulos mais inusitados, determinados detalhes”, explica. “A maior parte das fotos têm um forte componente de geometria, sejam elas linhas retas ou curvas, que é uma coisa que me marca muito.”

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Agora, ele se dedica ao projeto Povos do Cerrado, um registro das culturas que formam a diversidade brasileira. “Eu não sou fotógrafo profissional, sou fotógrafo passional. A foto, para mim, é paixão”, avisa. “Minha formação é toda na área de exatas, mas a fotografia é uma forma de botar para fora o que você tem dentro, teus sentimentos, tua visão.”

A ameaça a esse bioma, causada principalmente pela invasão da agricultura de larga escala e pelo desmatamento, atraiu a atenção do fotógrafo para povos como os vazanteiros, os caatingueiros, os xakriabás, e os geraizeiros. “Quando a gente fala em povo tradicional, existem muito mais povos do que os quilombolas e indígenas, povos tradicionais são os que têm uma cultura sedimentada e vivem ali, muitas vezes, há muito mais de 100 anos”, explica o fotógrafo.

 

 

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