Onde guardo meus amigos
Num para sempre do tempo,
é ali
onde guardo os amigos.
De vez em quando
abro a porta
e os visito, e os relembro,
e com eles,
plenos de saudades,
revivemos um tempo quando o tempo não existia.
Moram meus amigos
no para sempre de um tempo infinito de ternura.
Nem preciso vê-los ou revê-los.
Basta-me sabê-los, lembrá-los, vez ou outra,
e em nosso íntimo silêncio,
acariciar nossas lembranças
para, assim, mantê-los por perto,
no para sempre do tempo em que os recolho,
tal como essas antigas cartas amareladas, quebradiças,
silenciosas,
mas que, basta abri-las,
para elas sorrirem, fortes
ou chorarem, frágeis,
revivendo o tempo
guardado em suas dobras.
E não altera nada
o fato de meus amigos às vezes morrerem.
Pois eles são mais, bem mais, muito mais
que simples... imortais:
são eternos.
Paulo José Cunha
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