O brasiliense Gabriel Grossi é um dos instrumentistas de maior relevância na cena musical brasileira. Com 23 anos de trajetória artística, 11 discos e um songbook lançados, há algum tempo, ele tem cumprido turnês pelo exterior. Sempre em constante atividade, o gaitista — radicado desde o começo da década passada no Rio de Janeiro — é parceiro de destacados compositores da capital federal e de outras regiões do país. O mais recente é o guitarrista violonista e percussionista gaúcho Alegre Corrêa, com 50 anos de carreira e premiado em todo o mundo.
Grossi e Corrêa juntaram os talentos para criar Brasileto, um guia prático de composição, que será lançado neste sábado (17/10), às 19h, com um festival virtual que terá a participação de 30 artistas, entre eles os brasilienses Zélia Duncan, André Vasconcellos e Félix Júnior; e mais Yamandu Costa, Chico Chico (filho de Cássia Eller), Arismardo Espírito Santo, Diogo Figueiredo, Edu Neves, Michael Pipoquinha, Gabriel Moura, William Magalhães (Banda Black Rio) e Derico, ex-integrante do quinteto do programa de Jô Soares.
De acordo com Grossi, o guia prático reúne uma progressão de acordes que pertencem ao universo musical brasileiro e tem em sua estrutura 32 compassos divididos em duas partes, que constroem caminhos sonoros. Foi por curiosidade que ele e Corrêa começaram a busca desse conteúdo teórico. “Há algum tempo, quando o Alegre ainda morava em Viena, estudantes austríacos perguntaram a ele como seria uma típica estrutura na composição brasileira. A partir desse questionamento ele compôs um tema que teve como finalidade mostrar aos estudantes o que era o modelo de composição que resumia a essência da música brasileira”, conta o gaitista.
Após muitas conversas que tiveram, Grossi e Corrêa decidiram aprofundar este conceito, por meio de vasto trabalho de pesquisa do amplo repertório brasileiro, buscando identificar as diversas composições que tinham esta forma musical. A partir daí, eles chegaram à comprovação que essa estrutura é parte do DNA da música popular brasileira. “Acredito que a música popular é o nosso maior patrimônio cultural. É algo que nos colocou em outro patamar conquistando um pleno reconhecimento no cenário mundial”, ressalta o gaitista.
Para Grossi, é preciso reforçar e investir na escola de composição brasileira. “Esse é o nosso diferencial natural. O Brasileto é o modelo brasileiro de compor. Nunca houve no Brasil a definição de um formato de composição organizado de maneira sistemática. Esse guia ajudará os compositores de agora e do futuro a desenvolverem e intensificarem a escola e composição brasileira”, destaca. Nos planos instrumentista, cuja carreira musical teve início no Clube do Choro de Brasília, no final dos anos 1990, estão cursos e composição criativa baseados no formato proposto por ele e Alegre Corrêa no Brasileto.
"O Brasileto é uma forma brasileira de tocar, compor e estudar música. A música brasileira, uma das maiores manifestações artísticas do nosso país, tem uma força incrível nacional e internacionalmente.Essa força está diretamente conectada aos compositores que bebem de fontes diversas, originárias de grande miscigenação cultural do Brasil, que possui muitas formas de sonoridades", afirma Corrêa.
Brasileto
Festival Virtual para lançamento do guia prático de composição de Gabriel Grossi e Alegre Corrêa hoje (17/10), às 19h, com a participação de 30 artistas convidados. Transmissão pelo YouTube. Os músicos disponibilizam sua teoria para estudiosos e curiosos no site: https://www.guiapraticodecomposicao.com.br/
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