Diversão e Arte

Netflix na pandemia: 5 maneiras como o serviço mudou com a covid-19

A demanda por entretenimento online aumentou quando o mundo entrou em confinamentos em 2020 por causa da pandemia de covid-19. Mas como a Netflix está se saindo depois desse impulso inicial?

BBC
Natalie Sherman - Repórter de Negócios da BBC em Nova York
postado em 24/10/2020 07:11

A demanda por entretenimento online, principalmente de plataformas de streaming, aumentou quando o mundo entrou em confinamentos de grande escala no início deste ano por causa da pandemia de covid-19. Mas como a Netflix está se saindo depois desse impulso inicial?

1. O crescimento está desacelerando, e mais do que a Netflix esperava

Segundo seus resultados mais recentes, a Netflix atraiu 2,2 milhões de novos assinantes no trimestre até 30 de setembro, já que perdeu força o aumento da demanda por seus serviços durante a pandemia.

Embora tenha alertado de uma provável desaceleração, o resultado veio abaixo da previsão de julho de 2,5 milhões, fazendo com que as ações da empresa caíssem 5%.

"A festa da transmissão da pandemia chegou ao fim", declarou Paolo Pescatore, analista do PP Foresight.

Ainda assim, a Netflix lembrou aos investidores que ainda está a caminho de um número recorde de 34 milhões de novos assinantes em 2020, ultrapassando 200 milhões ao todo.

William Jackson Harper, Jameela Jamil, Kristen Bell e Manny Jacinto
Netflix
Série The Good Place é um sucesso na Netflix

2. The Old Guard, um filme de ação estrelado por Charlize Theron, foi o sucesso da Netflix

A Netflix disse que 78 milhões de famílias assistiram a The Old Guard (A Velha Guarda, em tradução literal), uma produção original da própria plataforma, nas primeiras quatro semanas após seu lançamento. O longa se tornou o título mais popular da empresa no trimestre.

Enola Holmes, Project Power e The Kissing Booth 2 também se mostraram bastante populares, atraindo respectivamente 76 milhões, 75 milhões e 66 milhões de famílias nas primeiras quatro semanas após estrearem.

Obviamente esses números devem ser vistos com cautela, já que a Netflix leva em conta qualquer pessoa que passou mais de dois minutos vendo o título. E os números de espectadores que a empresa divulga estão focados apenas em suas próprias produções originais.

3. Os mercados fora dos EUA são absolutamente essenciais para os negócios

O número de assinantes internacionais da Netflix já superou os dos EUA, e o crescimento no exterior continua a ser crucial.

No trimestre mais recente, o maior crescimento de assinantes ocorreu na região Ásia-Pacífico, que respondeu por mais de 1 milhão de novos assinantes, quase metade das novas inscrições. A empresa afirma fazer parte agora de uma fatia de "dois dígitos" de residências conectadas por banda larga no Japão e na Coreia do Sul.

Mas a empresa ainda obtém sua maior receita por cada consumidor nos Estados Unidos, então a retenção de clientes em seu mercado doméstico é fundamental, especialmente à medida que a se acirrou concorrência com rivais como Disney e HBO.

Nesse sentido, a Netflix procurou tranquilizar os investidores, escrevendo em sua atualização trimestral que "a retenção continua saudável e o engajamento por cada membro de uma família aumentou com solidez" em comparação com o ano passado.

4. Corrida por mais conteúdo

A paralisação de produções de cinema e televisão, forçada por causa das medidas de distanciamento social, jogou luz sobre como a Netflix e seus concorrentes conseguirão ofertar novos conteúdo para reter seus assinantes.

A Netflix minimizou os temores de investidores, dizendo que estava fazendo "um progresso bom e cuidadoso" nas produções e que esperava que o número de produtos originais da Netflix lançados no próximo ano ultrapassasse 2020 em todos os trimestres.

A empresa deve se beneficiar da batalha por espectadores com as companhias de cinemas, disse Sophie Lund-Yates, analista de ações da Hargreaves Lansdown. Mas, à medida que o público doméstico consome o conteúdo disponível em um ritmo mais rápido, os custos vão aumentar. Isso poderia, por exemplo, levar a empresa a aumentar os preços das assinaturas, alertou Lund-Yates.

"O conteúdo original pode manter clientes, mas custa um bom dinheiro e é totalmente vampiresco para os resultados financeiros", disse ela. "Como se espera que os usuários consumam conteúdo em uma taxa mais rápida, o buraco no fluxo de caixa em teoria ficará maior."

5. A desaceleração da produção ajudou os lucros

A empresa informou um recorde de US$ 790 milhões (quase R$ 4,4 bilhões) em lucro trimestral, já que a receita aumentou mais do que o esperado (para US$ 6,4 bilhões, ou R$ 36 bilhões), graças em parte à valorização do euro em relação ao dólar.

Segundo a Netflix, suas margens de lucro também melhoraram por causa da desaceleração temporária dos gastos com a produção de conteúdo durante a pandemia.


Mais sobre o coronavírus
BBC
Banner
BBC

Já assistiu aos nossos novos vídeos no YouTube? Inscreva-se no nosso canal!

Notícias pelo celular

Receba direto no celular as notícias mais recentes publicadas pelo Correio Braziliense. É de graça. Clique aqui e participe da comunidade do Correio, uma das inovações lançadas pelo WhatsApp.


Dê a sua opinião

O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores. As mensagens devem ter, no máximo, 10 linhas e incluir nome, endereço e telefone para o e-mail sredat.df@dabr.com.br.

Footer BBC