INVESTIGAÇÃO

Produtor defende que não há canções inéditas de Renato Russo

Produtor musical de Renato, Carlos Trilha afirmou, em postagem nas redes sociais, que o material inédito deixado pelo músico "já foi totalmente espremido".

Alexandre de Paula
postado em 28/10/2020 06:00 / atualizado em 28/10/2020 08:06
 (crédito: SESC DF/Divulgação)
(crédito: SESC DF/Divulgação)

A suposta existência de canções inéditas do cantor e compositor Renato Russo e a operação deflagrada pela Polícia Civil do Rio de Janeiro para investigar possível uso indevido do material motivou reações entre pesquisadores e produtores que trabalharam e estudaram a Legião Urbana. Produtor musical de Renato, Carlos Trilha afirmou, em postagem nas redes sociais, que o material inédito deixado pelo músico “já foi totalmente espremido”.

“Não existem músicas inéditas. Existem letras não usadas por Renato que estariam sendo musicadas por terceiros”, escreveu. “As tais ‘versões inéditas’ de músicas que já existem é quase certo que sejam remixagens utilizando as vozes guia das faixas que possuíam este registro. (Renato odiaria isso)”, complementou. Trilha não é alvo das ações da operação.

A jornalista e escritora Christina Fuscaldo, autora do livro Discobiografia legionária, avalia que as ações da operação de ontem podem ser consideradas uma espécie de censura. “Se o herdeiro do Renato Russo avançar com isso e sair vitorioso (e a gente sabe que a imprensa tem papel fundamental na crítica ao ocorrido), abre um precedente que será péssimo para nós, jornalistas, escritores, documentaristas, produtores etc.”, escreveu.

Alvo da operação na segunda-feira, o produtor e pesquisador Marcelo Froes trabalhou por anos com a família do líder da Legião Urbana e teve contato próximo com o músico. Ele passou a ser investigado após a Polícia começar a apurar denúncias feitas pelo filho de Renato, Giuliano Manfredini, a um perfil fake. Em entrevista ao jornal O Globo, o fã responsável pela página afirmou que apenas divulgou materiais que já estavam disponíveis na rede.

“Casualmente, conversei com uma menina que tinha interesse muito grande pelos bastidores. (...) Era um fake (essa menina) que tinha um site para falar mal de gravadoras e cobrar lançamentos da Legião. Vim saber isso quando a polícia bateu na minha porta”, disse Froes em entrevista ao Correio.
A assessoria de imprensa de Giuliano Manfredini informou que, por ora, ela não se pronunciará sobre o assunto.

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