O brasiliense José Carlos Peliano lançará, sábado (31/10), o sexto livro de poemas dele, Vadândora, primeiro a sair por uma editora. “Eu gosto muito do nome Dândara, que era a esposa do Zumbi dos Palmares. E, pensando sobre esse nome, surgiu ‘Vadândora’, que significa, também, ‘vá dando hora’: vá dando tempo para as coisas acontecerem”, explica.
A obra, de fato, precisou esperar sua hora. Peliano escrevia poemas desde criança e adorava ler os poemas publicados no caderno cultural da Folha da Manhã. Uma vez, mandou um poema para o jornal, mas lhe disseram que não havia espaço. Começou, então, a participar de concursos e integrar coletâneas com os poemas, acumulando alguns prêmios. “Eu achava que, ganhando um concurso, teria condições de alguma editora me procurar para publicar, mas não aconteceu nada disso”, explica.
Passou a publicar de forma independente e enviar livros para as editoras, mas sempre recebia negativas. Ano passado, escreveu um livro infantil ilustrado pela filha, Adriana (responsável pela capa de Vadândora), e mandou para a editora Patuá, que aceitou publicá-lo. A publicação abriu as portas para que Peliano engatasse uma coletânea de sonetos escritos entre 1992 e 1993. “Eu resolvi juntar todos os sonetos que tinha feito na época para compor o livro, primeiro, em homenagem ao Thiago de Mello (autor de Os estatutos do homem), porque ele me deu algumas dicas de como montar o poema para ficarem melhores. Segundo, porque foi uma forma de responder à poesia da época, em que o pessoal estava explorando demais os versos brancos, e eu quis fazer poemas rimados, em forma de soneto”, contextualiza.
“Eu esperei 27 anos porque, agora, eu encontrei uma editora, pequena, corajosa, que resolveu publicar meus escritos, coisa que as grandes editoras nunca fizeram. Eu mandava para elas e elas diziam que a programação estava completa. Essa era a respostas que eu recebi de todas elas”, desabafa. “Agora eu estou com o caminho aberto. A editora é muito amiga e estamos trabalhando juntos, agora. Daqui a pouco vai sair mais livros meus publicados”, antecipa.
Serviço
Vadândora. José Carlos Peliano. Patuá, 72 páginas. R$ 40, em pré-venda pelo site da editora. Lançamento virtual neste sábado, às 17h, no Café Literário da Associação Brasileira de Economistas pela Democracia, transmitido pelos canais da associação no Facebook e no YouTube.
*Estagiário sob a supervisão de Igor Silveira
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