Jornada de ouro do cinema francês

Ricardo Daehn
postado em 18/11/2020 21:13
 (crédito: Califórnia Filmes/Divulgação)
(crédito: Califórnia Filmes/Divulgação)


Em mais uma iniciativa de fôlego para a retomada do público às sessões de cinema, o Espaço Itaú de Cinema acolhe o tradicional evento chamado Festival Varilux de Cinema Francês. A ser aberta hoje, a festa do cinema alinhará 18 longas-metragens (17 inéditos), incluída ainda a reapresentação do clássico Acossado (1959), de Jean-Luc Godard.
Iniciativa esperta também vai celebrar, amanhã, às 18h, o Dia Nacional da Consciência Negra, com sessão gratuita seguida de debate. O filme escolhido foi Sou francês e preto, sucesso de bilheteria na reabertura dos cinemas franceses, durante a pandemia, com público superior a um milhão de espectadores. O longa, assinado pela dupla Jeau-Pascal Zadi e John Wax, revela o impasse de um protagonista, um ator que não sabe se adere à militância ou abraça uma oportunidade nos palcos.
Estendido até 3 de dezembro, o Festival Varilux é um convite à reflexão sobre comportamentos e avanços sociais. Exemplo disso, está em Verão de 85 (de François Ozon), com a expressão de um primeiro amor gay vivido na Normandia. Já o diretor Martin Provost assina A boa esposa, estrelado por Juliette Binoche e que mostra a desilusão de uma conservadora mulher que, viúva, vê ruir todos os princípios do falso perfeccionismo mantido nos casamentos de antigamente.
Outro filme revisionista é Apagar o histórico, premiado com o Urso de Prata no Festival de Berlim, e que mostra pequenos grupos que vão de encontro ao poderio das redes sociais. Núcleos familiares, em visões diferenciadas, são explorados em filmes do Festival Varilux. Um deles é DNA, de Maïwenn, estrelado por Louis Garrel e Fanny Ardant. Em foco estão os desdobramentos dos esforços de um avô que fundou os pilares de uma família prestes a ser esfacelada.
Adaptando obra de Dino Bugatti, o diretor Lorenzo Mattotti criou o longa de animação A famosa invasão dos ursos na Sicília, em que o urso rei mobiliza todos os habitantes de um vilarejo na missão de recuperar o filho dele, feito refém de humanos. Noutro extremo, depois de solta da prisão, a protagonista de A garota da pulseira (de Stéphane Demoustier) sofrerá para ser reincorporada pela sociedade repleta de preconceitos. As estrelas do longa-metragem são Melissa Guers Chiara Mastroianni.
Vencedor de três prêmios César, Belle Époque (assinado em parceria por Gustave Kervern e Benoit Delépine), alinha os atores Daniel Auteuil Guillaume Canet num enredo de retorno ao passado. No filme, um homem se vê estimulado a reviver uma fascinante época em que experimentou do desabrochar amor.
Movimento de ponta mundial, nos anos de 1960, a nouvelle vague terá homenagem nesta edição do Varilux. De graça, serão mostrados títulos de Jen-Luc Godard e de expoentes como Louis Malle, Jacques Demy e Jacques Rivette. A pioneira Agnès Varda também agrega no time, com direito à exibição de curta, além do longa Cleo das 5 às 7. O crítico Jean-Michel Frodon, respeitado nome associado à famosa publicação Cahiers du Cinéma ainda terá espaço para palestra, com data e hora em processo de definição.

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