Operação Transoceânica

Em nota, produtora de René Sampaio diz que não houve irregularidades nos contratos

As duas produtoras em que o cineasta brasiliense é sócio são alvos de investigação da Operação Transoceânica, da Polícia Federal, que investigam irregularidades em contratos com a Prefeitura de Niterói (RJ)

Adriana Izel
Paula Barbirato*
postado em 16/12/2020 19:18 / atualizado em 16/12/2020 19:23
 (crédito: Bárbara Cabral/Esp. CB/D.A Press - 2/7/18)
(crédito: Bárbara Cabral/Esp. CB/D.A Press - 2/7/18)

O cineasta brasiliense René Sampaio, diretor de Faroeste caboclo, se pronunciou, por meio de duas notas, sobre ter sido alvo da Operação Transoceânica deflagrada pela Polícia Federal nesta quarta-feira (16/12). As empresas as quais o diretor é sócio, KRM (Fulano Filmes) e Barry Company, foram citadas pelo Ministério Público Federal por possíveis irregularidades em contratos com a Prefeitura de Niterói, no Rio de Janeiro.

A nota assinada pela advogada de René Sampaio, Maíra Fernandes, informa que as atividades do diretor não estão ligadas com “questões administrativas da produtora” e sim à “direção criativa e artística”. Também foi colocado que o cineasta esclarecerá às autoridades, a fim de resolver a situação e mostrar a verdade.

Além disso, a produtora KRM divulgou em nota que não houve irregularidades no contrato, uma vez que todo serviço foi realizado e o preço estava de acordo com o do mercado. De acordo com a produtora, mais de 20 meses de trabalho foram feitos. Eles se colocaram à disposição para mostrarem os documentos e os comprovantes do contrato e dos serviços feitos.

Entenda o caso

A Polícia Federal e o Ministério Público Federal no Rio de Janeiro deflagraram a Operação Transoceânica, nesta quarta (16/12). A ação apura indícios de irregularidades em contratos de publicidade e na contratação de obras do BRT Transocêanica Charitas-Engenho do Mato, feitos pela Prefeitura de Niterói.

No total, 11 mandados de busca e apreensão expedidos pelo Tribunal Regional Federal da 2ª Região em órgãos públicos, empresas e residências nas cidades do Rio de Janeiro, São Paulo e Niterói estão sendo cumpridos. No relatório do MPF, René Sampaio e Krysse Mello Gonçalves são citados por meio dos contratos da Barry Company e da Fulano Filmes com a Prefeitura de Niterói.

O MPF também divulgou em documento que o prefeito Rodrigo Neves (PDT) teria pago em torno de R$ 1,7 milhão a Barry Company durante as eleições e campanhas políticas de 2016. No mesmo período, a KRM também teria sido contratada por R$ 7 milhões para executar serviços de assessoria de imprensa.

Confira a íntegra das notas

“A assessoria de René Sampaio esclarece que o trabalho do cineasta se limita à direção criativa e artística, não tendo envolvimento em questões administrativas da produtora. Mesmo assim, todos os esclarecimentos que se mostrem necessários serão prestados por ele às autoridades, para que não reste qualquer dúvida sobre a lisura de sua conduta.”
Rio de Janeiro, 16 de dezembro de 2020.
Maíra Fernandes Advocacia

“A produtora KRM afirma que todos os serviços contratados foram entregues cumprindo o prazo, o escopo e o orçamento acertados em contrato com uma produtora, esta sim contratada pela Prefeitura. Os valores cobrados são condizentes com os de mercado. Foram mais de 20 meses de trabalho, envolvendo mais de 20 profissionais na produção de extenso material. Duas equipes de jornalistas estiveram mobilizadas 24 horas por dia, sete dias por semana. A KRM se coloca à disposição para apresentar todos os documentos e comprovantes que atestam este relato, garante a advogada Maíra Fernandes.”

*Estagiária sob supervisão de Adriana Izel

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