Acervo

Catalogação da obra de Sérgio Ricardo é formatada em site colaborativo

Projeto Sérgio Ricardo Memória Viva. Lá traz acesso a mais de cinco mil itens, entre partituras de músicas, desenhos, poesias, reportagem, fotos e rico acervo pessoal

Devana Babu*
postado em 25/12/2020 10:26
O projeto de catalogação das obras de Sérgio Ricardo começou em 2009 -  (crédito: Michel Scettert/ Divulgação)
O projeto de catalogação das obras de Sérgio Ricardo começou em 2009 - (crédito: Michel Scettert/ Divulgação)

Sérgio Ricardo era um dos artistas mais completos do Brasil. Além de ter participado diretamente da criação da Bossa Nova, como músico e compositor, e participado do movimento Cinema Novo, como cineasta, ele também foi radialista, ator de novelas, apresentador de tevê, escritor, poeta, ativista cultural e social... Uma lista imensa de atividades. E não se trata daquele tipo de pessoa que faz várias coisas, mas não é boa em nenhuma. “Ele se aprofundava muito na parte técnica. Não era alguém que apresentava uma arte de forma amadora. Sempre foi fundo na sofisticação e na apresentação de sua arte”, comenta Marina Lutfi, filha do artista e gestora do acervo produzido pelo artista, em entrevista ao Correio.

Grande parte da vasta obra de Sérgio Ricardo chegou ao público no início de dezembro, com o lançamento do site do projeto Sérgio Ricardo Memória Viva. Lá, qualquer visitante pode saber detalhes sobre a vida do artista e ter acesso a mais de cinco mil itens entre partituras de músicas, desenhos, poesias, reportagem, fotos, vídeos do acervo pessoal e de materiais. E tem mais: o Memória Viva é colaborativo, de forma que qualquer um que tenha novas coisas e informações pode contribuir para o acervo.

Catalogação

O projeto começou em 2009, por iniciativa da museóloga Ana Lúcia de Castro, que foi companheira de Sérgio por 17 anos e mãe das duas filhas dele. Professora da UniRio, foi na instituição de ensino que obteve apoio para começar a catalogação. Em 2019, o projeto conseguiu apoio do Itaú e contratou uma equipe multidisciplinar para acelerar e qualificar o acervo, além de pôr o site no ar. Ainda tem muito material para ser tratado, garante a filha de Sérgio Ricardo.

Infelizmente, Sérgio morreu em julho deste ano, aos 88 anos, em decorrência de complicações causadas pela covid 19. Não chegou a ver o site lançado, mas acompanhou de perto, feliz da vida, todo o processo, incluindo a logo desenhada pela filha e baseada na assinatura dele. “Para mim, foi particularmente difícil, porque eu tinha que lidar com tudo ao mesmo tempo, mas, enfim, foi uma forma de resistir, também, é uma homenagem. Eu adoraria que ele tivesse visto esse projeto lançado, mas, infelizmente, essa história de covid acabou acelerando um processo que já estava iniciado”, lamenta a filha.

*Estagiário sob a supervisão de José Carlos Vieira

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