Poesia

Semeadura, maturação e colheita poética

Devana Babu*
postado em 05/01/2021 21:15
 (crédito: Clube do autor/Divulgação)
(crédito: Clube do autor/Divulgação)

Faz uns 20 anos que o editor, escritor e jornalista Sílvio Ribas presenteia amigos poetas, jornalistas e críticos literários com um encadernado espiral com uma média de 20 poemas, da lavra dele dos últimos 30 anos. Na faculdade, com cerca de 20 anos de idade, o contato com amigos poetas o estimulou a tentar escrever algo também nessa linguagem, ele que sempre quis ser jornalista e costumava escrever em prosa sobre diversos temas. “Aquela coisa: eu era jornalista de economia, não era do ramo artístico, poético, então fiquei meio cheio de dedos de me atrever a entrar nesse terreno”, justifica. A ideia, ele conta, era fazer uma espécie de teste-drive. “Eu estava querendo ver se eu dava jeito pra coisa.”

Um destes calhamaços foi parar nas mãos do poeta brasiliense Nicolas Behr, que Sílvio conheceu logo que chegou a Brasília. O poeta brasiliense, em vez de rasurar as margens das páginas com os textos, escreveu uma longa carta para o amigo com versos dos poemas.

Ao completar 50 anos de idade em dezembro de 2019, e com o advento, pouco tempo depois, da pandemia do novo coronavírus, Sílvio percebeu que, finalmente, o tempo dos testes havia chegado ao fim e era hora de publicar de uma vez a obra. Chegara o tempo da colheita dos poemas amadurecidos por tanto tempo e que, desde sempre, carregavam o título de Malabar, uma alusão ao malabarismo e à costa do malabar, na Índia, que deu origem ao termo. Malabar – Poemas ao vento acaba de ser publicado de forma independente, por meio do Clube do Autor, que produz livros impressos sob demanda e os distribui digitalmente, também em formato de e-book. “A insegurança, a vontade de dourar um pouco mais a pílula não colava mais.”

Os poemas reunidos, refletindo as mudanças de idade, cidade e relacionamentos da vida do poeta, trazem uma diversidade de estilos, temáticas e níveis de maturidade. Os poemas mais antigos guardam ainda uma certa pureza de poeta iniciante e preservam quase intacta a forma como chegaram ao mundo. As únicas coisas que ele alterou nos poemas, basicamente, foi adaptá-los para a nova ortografia e retirar os pontos finais de todos os poemas que os tinham. Um amigo poeta tranquilizou as dúvidas de Sílvio quanto a essa questão, e, para ele, os poemas ficaram muito mais leves e fluidos. “Se eu lapidei alguma coisa, foi esse detalhe.”

* Estagiário sob a supervisão de Nahima Maciel

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Malabar

Poemas ao vento, livro de Sílvio Ribas. Clube do Autor. R$ 30 (preço sugerido). 96 páginas. À venda pelos sites Amazon, Clube de Autores, Magalu e Estante Virtual.

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