A pintura Refletida, auto retrato rendeu a brasiliense Juliana Limeira o reconhecimento do Salão Internacional Art Renewal Center, um dos principais prêmios internacionais nas Belas Artes. De um total de 4.941 inscrições, de 83 países, a 15ª edição da premiação selecionou 208 obras, entre elas a da artista brasiliense.
O Art Renewal Center é uma fundação educacional sem fins lucrativos que lidera o renascimento e o retorno do realismo das artes visuais. A instituição hospeda o maior museu virtual dedicado à arte representacional e reúne obras de mestres do século 19, além de artistas contemporâneos.
Apesar de ter participado de competições internacionais, esta é a primeira vez que Juliana é contemplada na premiação. "É um reconhecimento muito importante", avalia.
A pintura, feita em 2019, é um autorretrato da artista. Nele, Juliana olha para uma janela na qual é possível ver tanto uma paisagem montanhosa quanto o reflexo da pintora no vidro. "Fazer autorretrato é sempre algo curioso. De alguma maneira, o artista está se vendo ali. Eu já tinha feito alguns desenhos, mas, até então, nunca uma pintura elaborada minha. Essa imagem é uma imagem que mostra bastante de mim, essa introspecção, na qual meu reflexo está na própria expressão. Ali estou refletida não só fisicamente no vidro, mas também na pintura por meio do jeito pensativo, olhando o horizonte", descreve a brasiliense.
Além da seleção no Salão Internacional Art Renewal Center, a obra está entre as 50 selecionadas na Competição Internacional "A arte do retrato", da The Portrait Society of America, e é uma das finalistas do Richeson75 Portrait, prêmio criado pela Jack Richeson & Co., um fabricante e fornecedor líder de materiais de arte de alta qualidade.
Técnica tradicional
O trabalho de Juliana tem como inspiração as artes figurativas e realistas de vários períodos da História da Arte. Entre eles, o clássico, o renascentista, o neoclássico e o impressionista. Por meio da pintura e de pinceladas suaves, porém precisas, misturando cores e jogando com a luz, a pintora retrata o belo ao seu redor.
Desde criança, ela sempre foi uma amante das artes plásticas e do teatro. Aos 15 anos, ganhou o primeiro prêmio de desenho e, com ele, uma viagem prêmio para os Estados Unidos. "E isso já foi me animando. Sempre gostei de retratar beleza, seja ela natural ou imaginada, uma composição do artista", comenta. "Gosto de algumas coisas que trazem sempre uma reflexão no sentido de enaltecer a vida, o lado esperançoso, o lado belo. A arte para mim é um momento de elevar a consciência, de se renovar espiritualmente".
Formada pela Universidade de Brasília (UnB), a artista logo buscou uma maneira de se especializar nesse tipo de pintura que deixou de ser tão recorrente entre os jovens pintores. Na avaliação da brasiliense, o realismo é uma linguagem mais universal que propicia a comunicação com o público, que gera uma rápida identificação. "Vibra a alma e tem vida própria", afirma. Apesar de ter espaço para todas as manifestações artísticas, Juliana sente que a arte como um todo está se afastando um pouco desse aspecto que é da própria beleza, dessa habilidade técnica existente há tantos anos.
Por outro lado, a internet propiciou um rompimento desses núcleos de domínio da arte, o retorno e a popularização dessas técnicas. "Essa abertura pra arte mais realista e figurativa está sendo mais comum nos países de primeiro mundo e, aos poucos, se popularizando nos demais países. Acredito que é um senso comum. As pessoas começam a cansar um pouco só de uma elite intelectual dominante e vão procurando outras coisas, um discurso de manter alguns valores nas artes", avalia.
Nas palavras de Juliana, a arte tem um papel de transformar e tocar o público por meio do real e, sobretudo, da beleza. "Ela renova a nossa identidade, nossos aspectos mais humanos, é como se resgatasse um pouco do nosso altruísmo e da nossa bondade. Tem muita verdade na beleza. Pode ter ponte com uma realidade, com o que acontece no mundo, mas também tem que manter o contato com uma realidade de pureza que acontece dentro do ser humano". Com as pinturas em óleo e pastel seco, com aspectos suaves e que transpiram calmaria, Juliana quer inspirar. "Me dedico a uma arte atemporal, que dura apesar dos problemas mundanos".
Atualmente, a artista se dedica a pintura de paisagens brasilienses, do que está ao seu redor, bem como de modelos vivos, de uma maneira romântica, resgatando elementos da cultura brasileira.
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