A posse do novo presidente dos Estados Unidos também significa uma mudança nos ares e na decoração da Casa Branca. Este ano, com a chegada de Joe Biden e a família, a residência oficial passou por um processo especial de limpeza seguindo as recomendações sanitárias em função da pandemia do novo coronavírus.
Mais do que uma função decorativa para se adequar ao estilo e ao gosto dos novos moradores, a transformação marca os rumos políticos a serem tomados pelo novo presidente. Na transição de Trump para Biden, o Salão Oval, de onde o líder despacha as decisões mais importantes do país, passou por muitas mudanças. No caso de Biden, o novo presidente resgatou líderes da história norte-americana e deu sinais de interesses pela ciência e pelos direitos civis.
O atual ocupante da Casa Branca optou, por exemplo, por colocar uma pintura de Benjamin Franklin feita por Joseph Duplessis, à esquerda do assento na Resolute Desk - mesa utilizada pelos presidentes norte-americanos desde 1880 e presente da rainha Vitória ao mandatário Rutherford B. Hayes.
Um dos primeiros a comentar a nova decoração do Salão Oval, o jornal The Washington Post pontuou que o retrato de Franklin e um conjunto de rochas lunares nas proximidades pretendem representar o interesse de Biden pela ciência e lembrar os americanos da ambição e das realizações das gerações anteriores. O presidente também resgatou um retrato de Franklin D. Roosevelt, um aceno para um presidente que ajudou o país em crises significativas.
Como artigo de decoração, Biden escolheu ainda um busto de bronze do líder dos direitos civis latino César Chávez, criado pelo artista Paul Suarez. O latino ficou conhecido pela luta na conscientização das duras condições dos trabalhadores rurais nos Estados Unidos e por reivindicar melhores salários. A inclusão do busto ocorreu, inclusive, no mesmo dia em que o presidente propôs uma legislação de imigração que permitiria que trabalhadores rurais sem documentos se qualificassem para solicitar green cards imediatamente.
Outro destaque no Salão Oval é a pintura da coleção da Casa Branca Avenue in the rain. A obra de arte, repleta de metáforas, foi exibida no mesmo local em determinado momento do governo Trump, mas depois mudou de lugar ao longo do mandato. Criada em 1917, a pintura também esteve presente durante os governos de Barack Obama e de Bill Clinton.
O The Washignton Post pontuou ainda a presença de "bustos” de Martin Luther King Jr. e Robert F. Kennedy, indicando o apreço do novo presidente pelos movimentos pelos direitos civis. Há também bustos de Rosa Parks, Eleanor Roosevelt e uma escultura de Allan Houser representando um cavalo e um cavaleiro Chiricahua Apache.
A reportagem do jornal americano informa também que, em outras partes do escritório, estão pinturas de George Washington, Abraham Lincoln, Thomas Jefferson e Alexander Hamilton, e um busto de Daniel Webster, um ex-senador que defendeu a União.
Atrás da mesa do presidente, Biden decidiu exibir retratos da família.
Troca-troca
A mudança na residência oficial ocorreu ao mesmo tempo em que o Capitólio recebia cerimônia de transmissão de poderes. A partir daquele momento, houve um entra e sai de móveis, quadros, roupas e demais objetos.
Aos presidentes é permitido legalmente a mudança na decoração na Casa Branca de acordo com os gostos pessoais, sendo responsabilidade da primeira dama a transformação. Contudo, desde 1963, os governantes devem proteger o caráter museológico das dependências públicas visitadas anualmente por milhares de pessoas.
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