Por conta das medidas de segurança impostas pela pandemia do novo coronavírus, a Semana Paulista de Dança tem início nesta segunda-feira (25/1) com transmissão pelo canal do Museu do Estado de São Paulo (Masp) no YouTube. Além dos espetáculos de diferentes companhias de dança, a programação gratuita, com curadoria de Anselmo Zolla, inclui bate-papos entre José Possi Neto, diretores, coordenadores artísticos e bailarinas.
O Balé da Cidade de São Paulo abre o festival com as apresentações Frágil e Axioma 7 e faz uma homenagem ao aniversário de 467 anos da capital paulista, celebrados nesta segunda.
“A ideia é continuar aproximando a cidade da dança por meio de atrações gratuitas e, desta vez, a agenda inclui espetáculos históricos que marcaram a trajetória de cinco companhias: quatro brasileiras e uma internacional”, afirma, em nota enviada à imprensa, Anselmo Zolla, curador da programação e que também foi responsável pela curadoria das duas primeiras temporadas.
Esta é a terceira edição do evento que, em 2018, atraiu 1.500 espectadores para o auditório do Masp e, em 2019, 2.071 pessoas.
Além do Balé da Cidade de São Paulo integram a programação a Theater Lüneburg, da Alemanha, a Studio3 Cia de Dança, companhia de dança contemporânea também de São Paulo, o Balé Folclórico, da Bahia, e a Quasar Cia de Dança, de Goiânia. Todos os espetáculos foram gravados antes da pandemia e serão transmitidos pelo canal do museu no YouTube.
Bastidores
Uma novidade do festival este ano é a realização de bate-papos entre diretores, coordenadores artísticos e bailarinas dos grupos que irão se apresentar e o diretor de teatro José Possi Neto, referência do assunto no Brasil.
Eles irão conversar, ao vivo no MASP Auditório, sobre as trajetórias das companhias, os espetáculos que serão apresentados e fazer conexões com as Histórias da dança no MASP, eixo temático ao qual o museu se dedicou em 2020. O público poderá interagir mandando dúvidas pelo chat do YouTube.
Participam Raymundo Costa, Olaf Schmidt, Henrique Rodovalho, William Pereira, Vavá Botelho, Erika Ishimaru, Mara Mesquita e Nildinha Fonseca.
Os eventos começam às 19h com os bate-papos e os espetáculos ocorrem em seguida.
Confira a programação:
Dia 25/1, segunda-feira, às 19h
Balé da Cidade de São Paulo
Bate-papo: com o coordenador artístico Raymundo Costa e a bailarina Erika Ishimaru
Espetáculos: Frágil e Axioma 7
Frágil é uma ode ao bailarino, sublinhando a vulnerabilidade e os medos inerentes a essa profissão. Um dueto íntimo no qual a mulher expõe a sua vulnerabilidade, e daí o seu vigor, na expectativa de convencer o homem a transpor os seus limites.
A palavra “axioma” vem do vocabulário matemático. Trata-se de um princípio evidente, não demonstrável, mas admitido por todos; é um conjunto de deduções e demonstrações. Segundo o coreógrafo e dançarino israelense criador deste espetáculo, Ohad Naharin, tem a ver com a dança pois, no trabalho coreográfico, “há uma beleza matemática na construção dos movimentos e na lógica das suas ligações”.
Dia 26/1, terça-feira, às 19h
Teatro Luneburg (Theater Lüneburg) – Alemanha
Bate-papo: com o diretor artístico Olaf Schmidt
Tradutor: Pedro Rinaldi
Espetáculo: Room
Compõem o espetáculo várias histórias de pessoas isoladas durante a pandemia. Existem encontros, mas sem toque. No entanto, mesmo com a distância, parece haver uma comunicação íntima entre os dançarinos.
Dia 27/1, quarta-feira, às 19h
Quasar Cia de Dança
Bate-papo: com o diretor artístico Henrique Rodovalho
Espetáculo: Divíduo (1998)
A solidão é o tema que serve de fio condutor para a dramaturgia. Apartamentos urbanos, de pessoas que se encerram em 4 paredes e que criam e recriam relações com imagens, objetos e sons. O espetáculo propõe um diálogo entre o que é real e o que é virtual e solicita a participação de agentes externos, como a programação de rádio, a televisão que sintoniza canais abertos e o contato telefônico com profissionais do sexo.
Dia 28/1, quinta-feira, às 19h
Studio3 Cia de Dança
Bate-papo: com o diretor cênico William Pereira e a bailarina Mara Mesquita
Espetáculo: Depois
O roteiro gira em torno de uma companhia de dança e os acontecimentos, sentimentos e sensações provocados após o final do espetáculo: o processo de individualização dos bailarinos; o corpo coletivo que se dissolve em cenas íntimas, de memórias, reflexões e confrontos. Um espetáculo metalinguístico onde a dança reflete a própria dança e seus intérpretes. A apresentação terá a participação especial da atriz e coreógrafa Marilena Ansaldi.
Dia 29/1, sexta-feira, às 19h
Balé Folclórico da Bahia
Bate-papo: com o diretor artístico Vavá Botelho e a bailarina e coreógrafa Nildinha Fonseca
Espetáculos: Bolero, 2-3-8 e Okan
Bolero
Fusão de “Bolero”, de Maurice Ravel, aos ritmos africanos que dão o tom dos movimentos da companhia. Este espetáculo foi criado, há dois anos, para celebrar os 30 anos de existência da companhia.
2-3-8
Slim Melo, ex-bailarino da companhia, propõe uma coreografia que remete à sua memória afetiva quando morador da Cidade Baixa, em Salvador. Ele deseja celebrar a vida, as cores, texturas e aromas de sua terra natal, evocando os movimentos de rua com sua espontaneidade, técnica e simplicidade.
Okan
Nildinha Fonseca, primeira bailarina do Balé Folclórico da Bahia, assina esta nova coreografia que traz elementos de matriz africana somados à feminilidade. O espetáculo engloba diversas linguagens artísticas como teatro, dança e música que juntas conduzirão o público a um passeio pelo universo feminino.
Serviço
Semana Paulista de Dança
De 25 a 29 de janeiro de 2021, às 19h. No canal do YouTube do MASP. Gratuito.
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