Obituário

Christopher Plummer, ator, 91 anos

» Ricardo Daehn
postado em 05/02/2021 19:19 / atualizado em 05/02/2021 19:19
 (crédito: Robyn Beck/AFP)
(crédito: Robyn Beck/AFP)

Um dos atores mais altivos de Hollywood, muitas vezes à frente de personagens aristocráticos, o canadense Christopher Plummer morreu ontem, aos 91 anos, em Connecticut (Estados Unidos), ao lado da esposa Elaine Taylor. OThe Hollywood Reporter atribuiu a morte a causas naturais. Plummer deixa um legado de atuação em mais de 200 produções, numa carreira abastecida desde os anos de 1950, tanto no teatro quanto na tevê. A empreitada nos palcos rendeu dois prêmios Tony. Por obras na tevê, venceu dois prêmios Emmy. Na televisão, o reconhecimento foi mundial, com a série Os pássaros feridos (1983).
Nascido em 1927, Christopher Plummer, ao lado de Julie Andrews, foi consagrado no cinema pelo estrondoso sucesso do musical A noviça rebelde (1965), vencedor de cinco prêmios Oscar, incluindo o de melhor filme. Na tela, ele desfilou o garbo do barão austríaco von Trapp. A estatueta do Oscar, como reconhecimento pela atuação como melhor coadjuvante, veio com Toda forma de amor (2011), em que atuou ao lado de Ewan McGregor, na pele de um idoso doente que assume a homossexualidade.
Outras duas indicações para o Oscar, em que o ator se estabeleceu como o mais idoso indicado, aos 88 anos, vieram com A última estação (2009) e Todo o dinheiro do mundo (2017). Ambos tinham pendor que Plummer carregou na trajetória: viver personagens com biografia real. Em Todo o dinheiro do mundo, interpretou um avô apegado em demasia ao capital, a ponto de ignorar o sequestro do neto; já, em cena com a parceira Helen Mirren, em A última estação, deu vida a ninguém menos que o escritor russo Leon Tolstói.
Os espectadores mais jovens conhecem Plummer pelo recente sucesso da comédia Entre facas e segredos (2019). Mas o brilho do ator atravessou décadas, e firmou parcerias inesquecíveis, ao lado de Natalie Wood (À procura do destino), em que apresentava vícios de Hollywood, e junto a diretores do porte de Terry Gilliam, com quem realizou O mundo imaginário do doutor Parnassus (2009) e Os 12 macacos (1995).

Personagens consagrados

No cinema, Plummer ainda viveu personagens consagrados como Sherlock Holmes, criação da literatura de Conan Doyle, em Assassinato por decreto (1977), além de ter personificado o escritor Rudyard Kipling, em O homem que queria ser rei (1975), ladeado por Sean Connery e Michael Caine, num filme de John Huston.
Além de personagens vívidos como o jornalista Mike Wallace, condutor do programa 60 Minutes, visto em O informante (1999); Christopher Plummer interpretou famosos militares. Com Orson Welles no elenco, esteve em Waterloo (1970), na pele do duque que barrou a escalada napoleônica. A noite dos generais (1967) lhe deu chance de viver o marechal nazista Rommel, numa trama de suspense que reuniu nomes como Omar Sharif e Peter O´Toole. Christopher Plummer deixou uma filha atriz: Amanda Plummer (de Pulp fiction), fruto do primeiro casamento com Tammy Grimes.

 

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