Foi durante uma feijoada na quadra de samba da Império Serrano, no Rio de Janeiro, quando um coro se formou para cantar O que é o amor?, de Arlindo Cruz, que João Batista visualizou o espetáculo musical Quando a gente ama. “É como se, em cada mesa, pudesse ter uma história de amor com aquela música de fundo musical. Assim nasceu a ideia de fazer uma roda de samba em que, cada momento, uma música tomasse o centro da roda”, relembra o dramaturgo e diretor.
Quando a gente ama será transmitido neste sábado e domingo (27 e 28/3), às 20h, de forma gratuita e on-line para todo o Brasil depois de ser assistido por mais de 10 mil pessoas, ao longo de seis anos na capital carioca. “Acho que uma boa parte desse sucesso se deve ao Arlindo, às músicas dele, que são maravilhosas. Mas também acho que é resultado de um trabalho em conjunto, de muito esforço de fazer um espetáculo que estivesse à altura das canções”, comenta Batista.
Apaixonado por samba e pelas canções do músico, o dramaturgo sempre quis fazer uma homenagem a Arlindo (que se recupera de um AVC), mas não queria que fosse algo biográfico. “As músicas têm uma capacidade de comunicação muito forte. Além de serem bonitas, têm uma dramaticidade. Então, visualizei personagens cantando cada uma delas”, descreve.
Para o espetáculo, Batista e o produtor Bruno Mariozz, da Palavra Z, formaram uma grande roda de samba, composta por oito atores acompanhados por cinco músicos, na qual 10 histórias, inspiradas nas canções de Arlindo Cruz, se revezam. O público poderá ouvir grandes sucessos como Casal sem vergonha, O show tem que continuar e O que é o amor, entre outros. Na avaliação do dramaturgo e diretor, o samba é algo muito teatral, que carrega uma certa dramaticidade e não é muito explorado no Brasil. “Foi muito importante nesse espetáculo fazer uma roda de samba mesmo, com percussão, cavaquinho e todos os instrumentos específicos de samba”, afirma.
Dentro de um repertório de mais de 800 composições gravadas, o dramaturgo e diretor escolheu aquelas que lhe impressionavam e, consequentemente, que falavam de amor. “Acho que o mais difícil foi ter a ideia inicial, depois não ficou tão difícil, porque já vinha estudando essas músicas há muito tempo”, lembra Batista. “As histórias foram surgindo quase que naturalmente. A reconciliação de um casal, outro que resolve que não tem mais como continuar juntos. Fui colocando esses personagens no centro de uma roda de samba, mesclando histórias mais românticas, outras mais cômicas, mais tristes e o espetáculo foi ganhando unidade”, acrescenta.
Espetáculo musical Quando a gente ama.
Sábado e domingo, às 20h, com transmissão pelo canal do YouTube da Palavra Z. Não recomendado para menores de 14 anos.
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