A uma semana da premiação do 93º Oscar, o quadro dos possíveis vencedores começa a ser desenhado. Ainda que com todos os méritos, Mank, recordista candidato com 10 indicações, dificilmente repetirá os fiascos de O irlandês, Trapaça e Bravura indômita, na mesma condição, e que deixaram a festa de mãos abanando no passado. A fotografia em preto e branco de Mank, por exemplo, está muito potencializada para premiações.
Com maior competitividade, dada a inclusão do streaming e sem holofotes das campanhas pela cobiçada estatueta dourada, fica intrigante perceber o tipo de reconhecimento a ser pontuado pelos quase 10 mil votantes da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood. O multipremiado Parasita, no ano passado, engrossa o suspense que vem por aí.
O Oscar 2021 pode, por exemplo, não cumprir o jogo de casar o melhor diretor com o filme premiado. Há dois anos, ocorreu com o vitorioso Green book, e, nos últimos 20 anos, a suposta convenção foi desbancada em oito ocasiões (casos de Spotlight e Moonlight). O duelo mais perceptível é sinalizado na dobradinha Nomadland (com a chinesa Chloé Zhao cotadíssima para a melhor direção, além de melhor roteiro adaptado) e Os 7 de Chicago, que ostenta o virtual vencedor de melhor roteiro original (Aaron Sorkin).
Na linha de frente das atuações, um prêmio dado como certo está na lembrança de Chadwick Boseman, o sétimo ator indicado postumamente, e que deve ter reconhecido o trabalho em A voz suprema do blues. Morto aos 43 anos, deve se tornar o terceiro ator a receber a honraria, precedido por Peter Finch e Heath Ledger. Chadwick foi homenageado pelo Globo de Ouro e na estatueta atribuída pelo Sindicato dos Atores. Anthony Hopkins, de Meu pai, vencedor do Bafta e o mais velho indicado é quem pode dar trabalho. Tratando de senilidade, Meu pai, que tem uma montagem quase aleatória (seguindo a mentalidade do personagem), criada por Yorgos Lamprinos, está cotado para a melhor edição, e há quem arrisque um prêmio para Olivia Colman (coadjuvante), dada a popularidade dela.
Nicho
Quem desponta na categoria de melhor coadjuvante, e com muita força, é a coreana Yuh-Jung Youn, que interpreta uma avó, no drama Minari. Com excepcional trilha original, Minari dificilmente quebrará o favoritismo de Soul (quase imbatível ainda na categoria de melhor animação). Noutro nicho, de melhor filme internacional, a Dinamarca deve capitalizar, com Druk, mais uma rodada, filme dono de raro feito para o diretor Thomas Vinterberg, estrangeiro alinhado entre os cinco finalistas.
Alguns concorrentes negros que têm previstas (nas apostas) as vitórias são: o Leslie Odom Jr. com a canção Speak now (incluída em Uma noite em Miami) e, aos 32 anos, Daniel Kaluuya, o melhor ator coadjuvante, unânime em Judas e o Messias negro. Em busca do segundo Oscar, numa lista de atrizes que contempla Cate Blanchett e Sally Field (além de 16 outras), a atriz Viola Davis já foi premiada pelo Sindicato dos Atores, pelo papel da cantora central de A voz suprema do blues. Mas, há de se levar em conta o frescor da interpretação de Carey Mulligan, excepcional, em Bela vingança. Vencedora do Bafta e de honrarias da Sociedade dos Críticos de Las Vegas e da Sociedade Nacional (Estados Unidos) dos Críticos, Frances McDormand (Nomadland) corre por fora.
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