CINEMA

Nova estrela brasiliense, atriz e trompetista Ayla Gresta brilha nas telas

Dominar questões estruturais e conceitos da cidade colocam Ayla em um ponto entre a inspiração e o inconformismo. Atualmente, atriz também abraça função ocasional de guia para estrangeiros interessados em arquitetura e artes de Brasília

Ricardo Daehn
postado em 20/04/2021 06:00
Ayla Gresta: premiada atriz do filme
Ayla Gresta: premiada atriz do filme "Ainda temos a imensidão da noite" - (crédito: Javier Chiocchio/Divulgação)

A união foi perfeita: nos bastidores do filme brasiliense Ainda temos a imensidão da noite, a atriz e trompetista Ayla Gresta conheceu o ator Gustavo Halfeld, companheiro e pai do pequeno Nico, hoje, com 2 anos. O “belíssimo aprendizado” do papel de mãe, como ela diz, precisa de entrega completa para funcionar, a exemplo da profissão, que trouxe recente prêmio à atriz de 34 anos: melhor atuação no Festival Internacional de Cinema Independente de Buenos Aires.

Preparadores de elenco, Cristiano Karnas e Vanise Carneiro injetaram no casal de protagonistas do filme (presente em sete plataformas de exibição, entre as quais Google Play e Apple TV) a vivência para combates e domínio de enfrentamento exigidos pelos papéis de aguerridos músicos da trama.

“É preciso coragem e desprendimento na cidade para não seguir modelos assimilados no passado e abordar a exclusão social que é flagrante e vergonhosa na capital do país. Como capital, temos por obrigação rever o plano de privilégios e explorar o vazio que a cidade oferece”, comenta Ayla Gresta.

Num primeiro momento, “chocados”, ao se perceberem “tão grandes e presentes” na telona do filme Ainda temos a imensidão da noite, Gustavo e Ayla acabaram por assumir novas experiências musicais, à frente do grupo YPU, que, por exemplo, teve 200 mil visualizações para um clipe, “uma semente deixada pelo filme”, criado com a paisagem candanga.

Performances

Versada em arte experimental, Ayla integrou o grupo Corpos Informáticos da Universidade de Brasília (UnB), onde se formou em arquitetura, há oito anos. Dominar questões estruturais e conceitos da cidade a colocam num ponto entre a inspiração e certa dose de inconformismo. Atualmente, ela abraça a função ocasional de guia para estrangeiros interessados em arquitetura e artes de Brasília, capital em que vê a vocação para a cultura e a política.

Ayla gosta de falar sobre representação de gênero. Tópico impulsionado pela vitória como melhor atuação, desvinculada de gênero no Festival de Buenos Aires. “Ganhar essa distinção é um grande passo. Conversamos sobre feminismo, sobre ser mulher, nessa sociedade em que muitas mulheres ainda não estão com condições de viver sem a violência por perto”, reflete.

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