COVID-19

Paulo Gustavo não tinha nenhuma comorbidade, afirma equipe médica

Profissionais relataram os últimos dias de vida do ator em sua luta contra a Covid-19 e revelaram momento em que situação se tornou irreversível

Douglas Lima - Especial para o Uai
postado em 11/05/2021 16:20
 (crédito: Reprodução/Twitter)
(crédito: Reprodução/Twitter)

Em uma entrevista exclusiva ao Fantástico, exibida no domingo (09/05) na TV Globo, os médicos responsáveis pelo tratamento do ator Paulo Gustavo contaram um pouco mais sobre os 53 dias de internação do artista e afirmaram que o humorista não tinha nenhuma comorbidade e era completamente saudável. 

“Não [estava no grupo de risco]”. Não tinha nenhuma doença", reforçou o chefe da terapia intensiva do hospital Copa Star, Fábio Miranda. De acordo com os profissionais, a asma do humorista estava controlada há muitos anos, era leve e não teve qualquer interferência no tratamento.

Paulo foi internado no dia 13/3. O ator já tinha o diagnóstico de Covid-19 e nos dias anteriores à internação, monitorava a doença com a ajuda de um oxímetro. Entretanto, o vírus avançava de forma muito rápida.

Nesses primeiros dias, o artista foi três vezes ao hospital Copa Star, em Copacabana, zona sul do Rio de Janeiro, para fazer tomografias. Na primeira, tinha menos de 10% dos pulmões comprometidos; na segunda 25% e na terceira tomografia, menos de uma semana depois dos primeiros sintomas, 75% dos pulmões já estavam acometidos pela enfermidade. Era o começo de uma longa internação, que durou 53 dias.

Fábio elogiou a postura do ator na luta contra a doença. “Em 40 anos de profissão, foi um dos pacientes mais simpáticos e educados que eu já cuidei”, disse.

Os profissionais recorreram a diversos tratamentos para reverter o quadro do ator, que se agravou. Paulo Gustavo precisou ser intubado após uma semana de internação para uma melhor recuperação, entretanto, as complicações apareciam em sequência. Sempre após uma melhora, exames detectavam novos problemas de saúde.

"As medidas corretivas eram tomadas, e ele passava a melhorar. Menos de 48 horas, surgia uma outra complicação", disse Fábio Miranda, médico. 

Paulo chegou a ser submetido a uma terapia chamada ECMO (Oxigenação por Membrana Extracorpórea). A ECMO é um pulmão artificial para o paciente respirar, que usa um circuito de tubos, bomba, oxigenador e aquecedor que fica instalado fora do corpo.

No entanto, segundo o médico, no domingo (02/05), o quadro do ator mudou radicalmente. “Foi como se tivesse desligado um interruptor. Ele ficou pálido, a pressão arterial caiu, e ele parou de interagir. Isso aconteceu umas quatro vezes durante a tarde", relatou o médico.

A descoberta da embolia gasosa disseminada na véspera da morte do ator, acabou debilitando de maneira irreversível os órgãos vitais. Antes da notícia do falecimento do humorista ser confirmada, a mãe de Paulo Gustavo, Dona Déa Lúcia, enviou um áudio para se despedir do filho.

"Cérebro e coração foram órgãos imediatamente atingidos por essa quantidade de ar. Não tem como corrigir isso" disse Miranda. 

Paulo faleceu às 21h12, na terça-feira (04/05), deixando dois filhos, Gael e Romeu, de 1 anos e nove meses e o marido Thales Bretas.

O corpo do ator e humorista foi cremado na quinta-feira (06/05) em uma cerimônia restrita à família e a amigos próximos, em Niterói, na Região Metropolitana do Rio, onde ele nasceu e cresceu. Paulo Gustavo vai ganhar uma homenagem em sua cidade natal e vai virar nome de rua. 

Notícias pelo celular

Receba direto no celular as notícias mais recentes publicadas pelo Correio Braziliense. É de graça. Clique aqui e participe da comunidade do Correio, uma das inovações lançadas pelo WhatsApp.


Dê a sua opinião

O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores. As mensagens devem ter, no máximo, 10 linhas e incluir nome, endereço e telefone para o e-mail sredat.df@dabr.com.br.

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação