Premiação

Globo de Ouro: Ana Maria Bahiana ameniza o fator falta de diversidade

A jornalista, membro da HFPA, classificou como "curiosa" a acusação de que o prêmio não teria diversidade

Correio Braziliense
postado em 13/05/2021 15:30
Um estandarte para o Globo de Ouro: na atualidade, chovem polêmicas e críticas para a premiação  -  (crédito: Valeria Macon/AFP)
Um estandarte para o Globo de Ouro: na atualidade, chovem polêmicas e críticas para a premiação - (crédito: Valeria Macon/AFP)

O Globo de Ouro e a Associação de Imprensa Estrangeira de Hollywood (HFPA) passam por um momento turbulento. Membro do corpo votante da premiação a jornalista brasileira, Ana Maria Bahiana, comentou sobre a crise que se instalou nas últimas semanas em relação a credibilidade e continuidade do prêmio que contempla cinema e televisão. Ela falou em entrevista exclusiva ao portal O Globo.

As críticas começaram após uma matéria do veículo internacional Los Angeles Times conseguir a informação de que a HFPA possui 87 votantes e nenhum deles é negro. Bahiana, que faz parte da Associação desde 1989, classifica como “curiosa” a crítica. “É curiosa a acusação de falta de diversidade contra uma associação formada por profissionais de países como Egito, Tunísia, Brasil, Espanha, Dinamarca, Filipinas... Mas sim, acredito que, até pela ideia inicial da Associação, de que juntos somos fortes, podemos sair melhores desta crise”, respondeu Ana Maria quando questionada pelo jornal brasileiro.

A jornalista também comentou algumas mudanças que serão feitas para 2022. “Teremos correspondentes em outras cidades dos EUA e uma linha direta para denúncias contra casos de quebra das regras de conduta”, conta. A HFPA também anunciou um aumento de 50% no número de votantes e que vai abrir espaço principalmente para a diversidade, focando na entrada de pessoas não-brancas, além de contratar consultores especialistas em diversidade para a remodelação, tudo isso nos próximos 18 meses.

Quando questionada sobre o caso de corrupção, também levantado pela matéria do LA Times, em que membros da HFPA ganharam viagens luxuosas da Netflix para Paris em uma promoção da série Emily in Paris, ela afirma que a demora para responder à pressão da indústria cinematográfica foi uma falha. “Nós temos nossas falhas, e algumas estão relacionadas à criação da Associação”, explica. “Como é uma associação criada com um caráter de proteção, muitas vezes há uma hesitação em tomar uma atitude contra um membro”, completa. Após o caso vir à tona, membros foram proibidos de receber itens promocionais de filmes ou estúdios.

Outro ponto que Ana Maria respondeu foi sobre o cancelamento da transmissão do prêmio pela NBC. “O contrato com a NBC vai além de 2022, mas teremos Globo de Ouro no ano que vem, a data será anunciada em breve. Temos uma ótima experiência de transmissão on-line, pensada como segunda tela nos anos anteriores. Sabemos que outros prêmios se juntaram aos ataques por interesse em ocupar nossa data. Mas essa não é a primeira crise que o prêmio vive, ele vai seguir”, avalia a jornalista. Vale lembrar que o Globo de Ouro recebeu duras críticas e retaliações nas últimas semanas. Plataformas como Netflix e Amazon Prime Video anunciaram boicote, e Tom Cruise devolveu os três prêmios da HFPA que ganhou durante a carreira.

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