Tanto a série Onde está meu coração quanto a novela Um lugar ao sol (em gravação) têm acentuado os posicionamentos públicos da atriz Mariana Lima. “É muito emocionante: são vários os retornos de pessoas dizendo ‘a série me ajudou muito’. Em Onde está meu coração, viramos o eixo da problemática (da questão das drogas), e você leva um susto quando vê uma droga estigmatizada (o crack), sempre atribuída à classe pobre, ser posta na problemática da classe A brasileira. Normalmente, são usuários que se blindam do sensacionalismo”, comenta a paulistana de 48 anos.
Gravando a novela Um lugar ao sol, Mariana se sente, antes de mais nada, privilegiada pelo acesso ao trabalho. “No set, parece que o elenco está entrando num cápsula da Nasa”, conta, ao enumerar o afastamento de dois metros dos técnicos, precavidos com macacões, máscaras e protetores, da cabeça aos pés. Tudo isso atrelado à testagem diária relacionada ao novo coronavírus. Com todos os protocolos rígidos, o ritmo de gravações segue puxado. O passo com a novela será expressivo, uma vez que Ilana, a personagem dela, viverá romance com Gabriela (Nathalia Lage).
“É uma realidade da vida e a televisão não faz mais do que a obrigação, assim como os artistas, de trazer assuntos que são parte do cotidiano das pessoas, como drogas e escolhas homoafetivas. Aliás, toda a vez que negamos isso, ou viramos a cara, estamos cometendo uma violência com a escolha das pessoas”, pontua. Ilana é uma personagem madura, ex-modelo (mesmo caso da personagem de Andréa Beltrão) e passa por crise no casamento, diante de uma situação trágica. “Haverá a discussão sobre a idade, sobre profissões que descartam as pessoas. Sem uso de locação e cenas na rua, muitas são em estúdio, obrigando à loucura da adaptação de 130 capítulos”, conta.
Na jornada com a nova novela, os bastidores colocam Mariana satisfeita com amigos como o diretor Maurício Farias (“ele ensina muito, só por existir”) e Andréa Beltrão, “uma mestra”, como ela define.
Pelas cenas de proximidade, a novela Um lugar ao sol tem exigido pontuais isolamentos e confinamentos, estando Mariana, por vezes, impedida do contato com as duas filhas adolescentes. Imbuída de fé, a atriz encerra o termo maternal “acolhimento”, ao simplificar a convivência com as filhas, e se revela confusa com os momentos atuais. “Eu saí para a vida, quando jovem. Viajei sozinha, socializei. Acho que tenho tido tolerância com coisas como o uso que minhas filhas fazem da internet, por exemplo. É onde todos os amigos delas estão, agora”, observa.
No cinema, o futuro filme Ela e eu, feito ao lado dos colegas Andréa Beltrão e Du Moscóvis, mostrará justamente uma convivência entre duas mães que, dado um processo de coma sofrido por uma delas, levará à condição de dividirem a mesma filha e o marido.
Afastada da lida com o teatro, dada a conjuntura da pandemia, Mariana Lima espera o lançamento de outros dois filmes finalizados: um, ainda sem título (feito por João Wainer, a partir de franquia argentina chamada 4x4) e um misto de documentário e ficção, A ruptura, que encampa o exame da corrupção. O primeiro dá janela para um debate, em torno de empoderamento feminino. “Chego, na pele de uma delegada, botando a banca, no caso de um roubo de carro”, brinca ela que terá a companhia em cena de Chay Suede e Alexandre Nero.
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