Homenagem

Área externa do Clube do Choro terá homenagem a Ademilde Fonseca

Domingo no Clube, que terá edição neste domingo (6/6) é o projeto de retomada dos shows com músicos da capital

» Irlam Rocha Lima
postado em 06/06/2021 07:08
Com couvert a R$ 15, roda de choro celebra neste domingo (6/6) a Rainha do Chorinho -  (crédito: Marcos de Oliveira/ CB DA Press)
Com couvert a R$ 15, roda de choro celebra neste domingo (6/6) a Rainha do Chorinho - (crédito: Marcos de Oliveira/ CB DA Press)

Resgatar a tradição das rodas de choro, no local onde esse gênero musical ganhou popularidade em Brasília, conquistou o título de patrimônio imaterial da cultura no Distrito Federal, é a proposta do Domingo no Clube, que estreia hoje, às 16h. O evento, na área externa do Clube do Choro, tem como objetivo retomar as atividades da instituição, interrompidas há mais de um ano, em decorrência do surgimento da pandemia.

Nesta primeira edição, o Domingo no Clube presta tributo a Ademilde Fonseca, no centenário da cantora, que era chamada de “rainha do chorinho”; e coloca em evidência musicistas brasilienses. O grupo formado por Thanise Silva (flauta), Juçara Dantas (violão), Mariana Sardinha (cavaquinho), Jessica Carvalho (pandeiro) e a Alessandra Terribili (voz) vai passear por repertório variado que inclui composições de mestres como Abel Ferreira, André Victor Correia, Copinha, João de Barro, K-Ximbinho, Pixinguinha e Waldir Azevedo.

Destaque na roda, o show de Alessandra Terribili terá meia hora de duração. A cantora paulista, radicada em Brasília desde 2015, interpretará clássicos de mestres do choro que foram gravados por Ademilde Fonseca. Ela cita, entre outros, Acariciando, André de sapato novo, Brasileirinho, Carinhoso, Lamento, O que vier eu traço, Teco-teco e Títulos de nobreza.

Diretor da Escola Brasileira do Choro Raphael Rabello e coordenador do Domingo no Clube projeto, Henrique Santos Neto adianta o que o espectador vai apreciar no Domingo no Clube. “As meninas, todas musicistas talentosas, estarão juntas numa autêntica roda de choro, ambiente próprio para o instrumentista exercitar o improviso e a espontaneidade”.

Henrique Neto explica que, ao contrário da formalidade de um show, a roda de choro oferece ao músico um momento de descontração, quando pode mostrar habilidade ao tocar o seu instrumento. “No Domingo no Clube, o Qezzo Bistrô fará atendimento ao público em espaço amplo e arejado, no qual serão obedecidos todos os protocolos determinados pelas autoridades sanitárias, como distanciamento físico, uso de máscara e álcool em gel e medição da temperatura”.

Presidente do Clube do Choro, Henrique Santos Filho,o Reco do Bandolim, está entusiasmado com a retomada das atividades. Segundo ele, o Domingo no Clube foi a solução encontrada para contemplar os frequentadores assíduos do espaço que mostravam-se saudosos da programação oferecida pelo clube.

“Nada melhor para o momento que vivemos, do que reviver a tradição das rodas de choro, nas quais o público pode usufruir do melhor de choro, num ambiente aberto, sem aglomeração, apreciando a performance de um conjunto formado por instrumentistas, cujo talento foi lapidado na Escola Brasileira de Choro. Todas têm presença destacada na cena musical brasiliense e que agora foram reunidas em nosso projeto”.

Reco do Bandolim conta que a Escola de Choro mantém-se em atividade, com 26 professores à frente de várias classes, que oferecem aulas presenciais e virtuais para aproximadamente 450 alunos, de segunda-feira a sábado, nos períodos da manhã, tarde e noite. “Aos sábados, a partir do meio dia, voltaram a ocorrer no Café Musical, na área externa do clube, as rodas de samba regada à feijoada”.

Um outro projeto, este mais ambicioso, que, segundo o presidente do Clube do Choro deve ter início em breve é o Lado B. “A ideia é propor a difusão da cultura por meio de mesas redondas, debates, exposições, exibição de shows e documentários, pockets shows, oficinas instrumentais e gastronomia, também em espaço aberto, no lado direito da entrada principal da nossa sede. Queremos ocupar essa área das 13h às 18h, nesse espaço de convivência”, adianta.

Três perguntas // Alessandra Terribili

Vem de quando sua ligação com a música?
A ligação mais estreita com a música quem me trouxe foi o samba, que eu sempre frequentei, pesquisei, me emocionei, e foi quem me levou a cantar profissionalmente. Digo que foi o samba quem me convocou para a música.

Quem entre as grandes intérpretes da MPB, qual é a sua principal referência?
É Clara Nunes, a quem já tive a alegria de homenagear no palco em diversas oportunidades. Mas Elis Regina e Elizeth Cardoso também são influências importantes. Entre os homens, cito Ney Matogrosso e Renato Braz.

E Ademilde Fonseca, a Rainha do Chorinho?
Conheci o legado de Ademilde logo que comecei a cantar profissionalmente. Criei um show, em que apresentei algumas vezes, chamado Samba, Substantivo Feminino. Pesquisei muitas mulheres que se relacionaram com o samba de alguma forma, dos anos 1930 até hoje. O samba O que vier eu traço é a cara dela. Sua capacidade de cantar com uma dicção impecável mesmo naquele bit acelerado era impressionante. Ademilde foi uma grande artista.

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