?Tantas Palavras

Correio Braziliense
postado em 07/06/2021 18:31

De Brasílias e buganvílias

Brasília bronzeada brada nas bromeliáceas.
Borboletas brancas, cigarras bravas.
Não há becos em Brasília.

O planalto imenso, em vibrações embriagadas,
Faz bramir a terra adusta e longa e bizarra.

No bronze da tarde, Brasília boceja...
As buganvílias brotam e broches
E brinca o vento brando pelos corredores.
Brasília bebe a sede burocrática...

O brado é o brado, e o Brasil calado
Banha-se em brumas, pobre e ludibriado.
Brasília é o opróbrio e o brechó sem brio.

E Brasília segue para o abraço:
O Bufão tão bruto não lhe faz um brinde.
Pobre e antibrejeiro, é tão barulhento...

Ele que é assim tão embrutecido.
Vive debruçado, sem fibra ou brio.
Segue assim o Brasil, rumo ao caos, ao brejo.
Todavia um dia haverá uma brecha
Para a tal bravura, sóbria e manifesta...
Haverá o dia de um Brasil em festa!

Aurea Domenech

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