CINEMA

O amor nas telonas: comédias românticas dominam estreias nesta quinta (10/9)

Às vésperas do Dia dos Namorados, longas como 'Missão cupido' e 'AmarAção' trazem a comédia para as telas dos cinemas

» Ricardo Daehn
postado em 10/06/2021 06:00
Cena do filme Missão cupido, que estreia nesta quinta (10/9) -  (crédito: Raccord Produções/Divulgação)
Cena do filme Missão cupido, que estreia nesta quinta (10/9) - (crédito: Raccord Produções/Divulgação)

Da sensação de estar enfeitiçado até os devaneios que envolvem destino e a boa vontade de anjos e cupidos, os personagens das comédias românticas ganham as salas de cinema, às vésperas do Dia dos Namorados, com os longas Missão cupido e AmarAção. Confira, abaixo, as atrações que incluem Quem vai ficar com Mário?, repleto de mensagens de tolerância e quebra de preconceitos.

Na mira do coração

Missão cupido: Com amores breves e apenas aventuras passageiras: assim é embalada a vida de Rita (Isabella Santonni), a personagem central da comédia Missão cupido, escrita e dirigida por Rodrigo Bittencourt, lembrado pelo longa Totalmente inocentes (2012) e pelo documentário Procurando Jorge Mautner (2019). No fantasioso roteiro de Missão cupido, Lucas Salles interpreta o anjo Miguel, que é integrante da agência de seguros de vida Miracle, atuante em paralelo à existência terrestre. Ele é designado a zelar pela vida de Rita.

Numa brincadeira de impulso, Miguel decreta para Rita o veto ao amor. Interpretado por Rafael Infante, o presidente da empresa de seguros, exige que Miguel sofra o castigo de rearranjar a vida de Rita, cada vez mais próxima da Morte (Agatha Moreira), uma cantora de rock. O filme tem Victor Lamoglia (Como hackear seu chefe) no elenco, e traz a curiosidade de ter o diretor Bittencourt como compositor da trilha sonora, ao lado de Daniel Lopes. As 16 músicas do filme estão disponíveis no Spotify.

Enfeitiçados pelo amor

AmarAção: Uma rara coprodução entre Brasil, Israel e França, a comédia romântica AmarAção traz assinaturas dos diretores e roteiristas Eric e Marc Belhassen. Escritor e psicanalista, Marc foi parceiro de Eric na realização dos longas documentais Por que você partiu? e Guardiões do samba. Agora, trocam o tom, apostando num roteiro de amor. Também ator, Eric Belhassen (de Como nossos pais) interpreta Erick, um cara recém-separado e que crê ter sido enfeitiçado pela ex. A voz dela o acompanha, a cada ação.

Melhor amigo dele, Caco (Caco Ciocler, (de Um namorado para a minha mulher), também acredita necessitar de uma redenção, como numa espécie de chamado do recente amor que ele também deixou. Completam o elenco da comédia as atrizes Martha Nowil (da série Todas as mulheres do mundo) e Clarice Abujamra (que dividiu a cena com Eric Belhassen, em Como nossos pais).

A roleta dos sentimentos

Quem vai ficar com Mário?: Há 10 anos, a premiação máxima do cinema italiano, com o troféu David di Donatello foi invadida por várias indicações para a comédia O primeiro que disse, assinada por Ferzan Özpetek. Agora, no Brasil, chega a adaptação de Hsu Chien (da comédia Ninguém entra, ninguém sai) para a obra que trata da queda de preconceitos e do direito à felicidade do protagonista Quem vai ficar com Mário?, estrelado por Daniel Rocha. Brüderlich, o sobrenome de Mário já denuncia o estilo conservador da família dele, proprietária de uma cervejaria no Rio Grande do Sul.

Namorando Fernando (Felipe Abib), Mário está decidido a apresentar para os parentes a circunstância de vida que ele sempre renegou. Mas a decisão tem tudo para ficar em segundo plano, uma vez que o irmão Vicente (Rômulo Arantes Neto) se antecipa, e se declara abertamente gay. A chegada da coach Ana (Letícia Lima), disposta a incrementar as vendas da tradicional cerveja complicam ainda mais o indeciso Mário. Marcos Breda, Zé Victor Castiel e Nany People completam o elenco. Como curiosidade, vale o registro da participação da cantora Pabllo Vittar na trilha sonora.

Em busca da liberdade

Spirit — O indomável: A história da destemida Lucky Prescott (com a voz de Isabela Merced, na animação) é contada, a partir de sua amizade com um cavalo selvagem, em Spirit — O indomável. Projeto da DreamWorks Animation, conduzido pela dupla Elaine Bogan e Ennio Torresan, o longa é derivado da série Spirit: Cavalgando livre, e tem nas raízes da criação o antigo desenho indicado ao Oscar Spirit: O corcel indomável (2002).

Na trama, depois de passar uma temporada na casa da tia Cora, que tem muita impaciência de testemunhar o senso de liberdade de Lucky, a menina é entregue ao pai (personagem com a voz de Jake Gyllenhaal), e passa a buscar uma ligação com o passado da mãe, uma mexicana morta prematuramente. Ao se identificar com o cavalo selvagem Spirit, ela moverá montanhas para impedir que um grupo carrasco coloque Spirit em esquema de cativeiro. Embalado pela trilha sonora composta por Anie Doherty, o longa tem uma música de sucesso com Taylor Swift (Wildest dreams).

Novos horizontes

First cow: Diretora integrada aos circuitos dos festivais de cinema de Sudance, Veneza, Toronto, Berlim e Cannes, Kelly Reichardt liderou a produção de First cow — A primeira vaca da América, considerado o melhor filme estadunidense, em eleição do Círculo dos Críticos de Nova York. Com enredo adaptado da literatura de Johnathan Raymond (The half life), que auxiliou Reichardt na adaptação do roteiro, o filme é situado no século 19, e vem embalado como um faroeste reflexivo.

Centrado na solidariedade, mostra a inusitada amizade entre o cozinheiro nômade Otis Figowitz (John Magaro) e o imigrante chinês King-Lu (Orion Lee). Pelo estado do Oregon, ambos se unem para roubar leite de qualidade de uma premiada vaca.

Nordeste em cena

Acqua movie: História de união entre uma mãe, Duda (Alessandra Negrini), e um filho (Antonio Haddad Aguerre) que acaba de perder o pai, o longa Acqua movie desemboca no circuito, como uma segunda parte de Árido movie, filme sobre mandos e desmandos no Nordeste, comandado pelo diretor Lírio Ferreira, há 16 anos. “Espero que quem veja o filme, consiga acionar a chave de afeto que a narrativa traz e que ela sirva, de alguma maneira, para aquecer o coração nesses tempos difíceis que estamos sendo obrigados a passar e que certamente, passarão”, observa o cineasta pernambucano.

 

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