CINEMA

Cinema: Estreia desta quinta tem a vida dos latinos em Nova York como tema

Embalada por um musical alegre e colorido, a trama de Em um bairro de Nova York traz o frescor da cultura latina nos EUA

Ricardo Daehn
postado em 17/06/2021 06:00
No centro da pista: a decidida Vanessa (Melissa Barrera) -  (crédito: Warner/Divulgação)
No centro da pista: a decidida Vanessa (Melissa Barrera) - (crédito: Warner/Divulgação)

Romper a invisibilidade reservada aos latinos nos Estados Unidos, alcançar metas profissionais e coroar toda a vibração da vida, a partir de um grande amor, regado ao ritmo da salsa, merengue e hip-hop: assim batalham os protagonistas de Em um bairro de Nova York, filme conduzido por John M. Chu (Podres de ricos).

Para além da problemática da imigração ilegal, a obra, baseada em músicas de Lin-Manuel Miranda e roteiro de Quiara Alegría Hudes, destaca o protagonista Usnavi (Anthony Ramos, de Hamilton) na luta por novas possibilidades e uma herança pendente na República Dominicana (a morada dos antepassados).

Trabalhar numa mercearia, na esquina do Washington Heights, um tropical mundo à parte novaiorquino, serve como escala provisória para Usnavi empreender o pequeno sonho (“sueñito”, como ele diz). Tendo por confidente o ajudante e primo Sonny (Gregory Diaz IV), ele segue os preceitos de paciência e fé desenhados pela adorável avó Claudia (Olga Merediz), afundada em “alabanza” (louvor) e na gratidão por um mundo cheio de quinquilharias e de largas emoções.

Em um bairro de Nova York traz números musicais bacanas como os da animação que cerca as frequentadoras de um salão de beleza, que desponta Vanessa (Melissa Barrera), personagem que sonha se tornar designer, e pela qual Usnavi perde a cabeça.

Uma festa!

Entre cores vivas (especialmente a dos closes nas comidas típicas), o espectador saborea números musicais interessantes como o do duelo entre as raspadinhas (defendidas pelo personagem de Lin-Manuel) e os sorvetes ofertados pela rua de Nova York. O contexto apimentado do filme cabe no explosivo encontro entre Benny (Corey Hawkins, de Infiltrado na Klan) e Nina (Leslie Grace), respectivamente, um controlador de trajetos de táxis e a filha do dono da empresa desses táxis, e que retorna de uma temporada de estudos na Universidade de Stanford.

Exemplo de sucesso, o ideal de conquista e de representação de diversidade (a dos latinos) presente em Nina parece bem abalado, por fatores que fogem da compreensão do pai dela (Jimmy Smits, de The west wing).
Com cenas absolutamente originais, na captação de coreografias, o trabalho da diretora de fotografia Alice Brooks (de The walking dead) é muito presente. Numa das cenas mais empolgantes, o “subir pelas paredes por amor” que tempera a relação entre Benny e Nina é ilustrado à perfeição, quando dançam livres numa parede de tijolos aparentes, indefectíveis, quando se trata de Nova York.

Crepúsculo do amor

Extraída de uma peça assinada pelo argentino Jorge Accame, a segunda incursão de Miguel Falabella na direção de um longa-metragem, Veneza chega às telas com Carmen Maura (a musa de Almodóvar) no papel da cafetina idosa Gringa. Entre onírica e a impactante, a fábula proposta na trama (uma mulher, à beira da demência, quer reencontrar o amor) conta com participações de Dira Paes, Eduardo Moscovis, Carol Castro e Danielle Winits.

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» Helen
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Animação de dar gosto

 (crédito: Disney/Pixar/AFP)
crédito: Disney/Pixar/AFP

O mar é um lugar ainda desconhecido e durante toda história da humanidade foram criadas lendas em torno das criaturas que por lá poderiam habitar. É a partir desse costume que a Pixar baseia a mais nova animação em parceria com a Disney, Luca. O filme estreia, amanhã, diretamente na Disney +. A produção segue Luca, uma criatura marinha semelhante a uma sereia que nunca visitou a superfície.
O protagonista encontra Alberto, um destemido jovem da mesma raça que ele, que o leva para terra firme. Os dois desenvolvem uma amizade que ganha novo caráter ao se relacionarem também com a humana Giulia, influente na nova perspectiva do mundo para os dois peixes que, na superfície, perdem suas características marinhas.
A animação vai além do relato de amizade e superação, abarcando um enredo delicado sobre aceitação, medo do diferente, preconceito e a importância da família. Com animação esteticamente interessante, a Pixar enfatiza a potente mensagem para um mundo melhor. O filme tem a costa da Itália como cenário de uma narrativa que em momento nenhum toca na palavra discriminação, mas dá uma aula de como tratar as pessoas, mesmo que elas sejam metade peixes. Mais um filme para crianças que altera a forma como muitos adultos pensam.

* Estagiário sob a supervisão de José Carlos Vieira

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