Arte digital

Artistas visuais fazem parcerias com músicos e lançam coleções em NFT

Monica Rizzolli e Vamoss são os artistas-programadores por trás das coleções. As criptoartes estarão disponíveis a partir de 12 de julho.

*Fernanda Gouveia
postado em 07/07/2021 18:28 / atualizado em 07/07/2021 18:55
 (crédito: Vamoss/Divulgação)
(crédito: Vamoss/Divulgação)

Os artistas visuais Monica Rizzolli e Carlos de Oliveira, conhecido como Vamoss, anunciam parcerias com os músicos Lan Lanh, DJ Deeplick e Claudio Daueslberg para lançamento de coleções artísticas inéditas criadas exclusivamente em versão digital. As obras serão comercializadas em NFT (Non-fungible token ou Token não-fungível, em tradução livre), uma nova tecnologia de autenticação de obras que permite comercialização de trabalhos desmaterializados, as cripto artes. O NFT tem movimentado milhões, impulsionado, sobretudo, pela economia das criptomoedas e pela mudança cultural durante a pandemia.

"Se eu faço um desenho vetorial e exporto em JPG 100 vezes, todos eles vão ser exatamente iguais e eu não tenho como reconhecer o que é um original e o que não é. O NFT te dá a possibilidade de autenticar um desses objetos digitais como um original. Então, na verdade, quando uma pessoa compra um NFT, mais do que estar comprando uma obra, ela está comprando a posse daquele ativo digital”, explica a artista-programadora e desenhista Monica Rizzolli. Para ela, o NFT nada mais é do que mais uma forma de comercializar a arte e vem para suprir uma necessidade dos artistas digitais. “O NFT é um contrato de venda, ele não impacta o processo de criação. Ele facilita a comercialização, mas ele não mudou a minha prática de trabalho”, conta.

Monica Rizzolli se juntou com a percussionista Lan Lanh para a criação da série Raining in the Cerrado (Chovendo no Cerrado). A obra traz como tema central representações botânicas em ambientes geométricos ao som de uma trilha sonora desenvolvida por Lan Lanh e o DJ Deeplick. A coleção em NFT começa com valor aberto para lances na plataforma Portion, viabilizada pela Metaverse Agency. “O desenho tradicional no papel não permite que você trabalhe com essas dimensões temporais ou sonoras, mas os meios digitais permitem isso. Então, foi muito legal essa experiência de trazer a música para dentro do desenho, de eles serem elementos constitutivos de uma obra”, opina Monica.

Além disso, ela relata que utilizou a programação para trabalhar o movimento das flores. “Adoro representações botânicas em um ambiente geométrico e a diversão de gerar um padrão ornamental contínuo, experimentando o comportamento e a morfologia das flores. Desenhar as flores em vetores e manipulá-las com Processing, usando algoritmos de Pixel Sort associados a outros processos de manipulação de imagens são uma de minhas paixões”, confessa Mônica.

Obra de Monica Rizzoli presente na coleção 'Chovendo no Cerrado'.
Obra de Monica Rizzoli presente na coleção 'Chovendo no Cerrado'. (foto: Monica Rizzolli/Divulgação)

O artista Vamoss e o músico Claudio Dauelsberg apresentam a cripto arte intitulada Sacred masculine (O Sagrado masculino), composta por três obras (Integração, Natureza e Cosmos). Na coleção, Vamoss aborda o significado da existência da palavra “homem” e Dauelsberg criou uma trilha sonora imersiva que integra as obras. Elas também começam com valor aberto e serão lançadas pela plataforma Makersplace, viabilizada pela Metavarse Agency.

“O que significa ser um homem contemporâneo? Como homem cis hétero e branco venho me fazendo essa pergunta em busca de encontrar meu lugar no mundo e as possibilidades de explorar as questões que surgem desse lugar. Encontrei no sagrado masculino uma possibilidade de explorar conceitos que buscam responder a essa pergunta. Sacred masculine é sobre a integração das energias internas: Masculino e feminino, artificial e natureza, eu e cosmos são apenas alguns exemplos das dicotomias do eu interior que subdividem nossas forças. Ao integrar essas forças, somos mais fortes, estamos em paz, somos um novo tipo de homem. Um homem preparado para viver em uma sociedade onde a diversidade e equidade importam”, explica Vamoss.

*Estagiária sob supervisão de Nahima Maciel

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