Cannes

Para Oliver Stone, prisão de Lula foi um projeto dos Estados Unidos

Segundo Stone, que está em Cannes, a prisão do ex-presidente Lula durante a Operação Lava Jato teve por trás interesses do governo americano, que queria desestabilizar líderes de esquerda

Correio Braziliense
postado em 15/07/2021 16:58 / atualizado em 15/07/2021 16:59
 (crédito: Reprodução/Facebook)
(crédito: Reprodução/Facebook)

O cineasta norte-americano Oliver Stone fez declarações polêmicas em Cannes. Segundo Stone, a prisão do ex-presidente Lula durante a Operação Lava Jato foi motivada por interesses do governo dos Estados Unidos, que teve como intuito desestabilizar os líderes de esquerda da América Latina.

Em Cannes para a estreia do seu novo documentário JFK revisited: through the looking glass, sobre o assassinato do presidente americano John Kennedy, Stone afirmou que a prisão do petista foi “selvagem” e uma “história suja”.

O diretor também pretende levar o episódio para as telas. Com previsão para ficar pronto no primeiro semestre de 2022, ele prepara um filme no qual Lula será o personagem principal. “É duro, é uma guerra em curso o que está acontecendo”, afirmou Stone, que acredita que a condenação do ex-presidente brasileiro é produto do projeto americano de patrulhar o mundo.

Ele também afirmou que a grande mídia do seu país natal trata de forma parcial os países governados por políticos de esquerda, entre eles Cuba, que passa por um momento de turbulência nas ruas com protestos contra o governo.

“A mentalidade no Ocidente agora é completamente anti-Rússia, anti-China, anti-Irã, anti-Cuba, anti-Venezuela. Não se pode falar nada de bom sobre eles. O que mais está na lista? No Brasil, Lula foi para a prisão, eles se livraram do Lula. Eles policiam o mundo”, afirmou Stone.

JFK revisited

JFK revisited: through the looking glass é a segunda obra de Oliver Stone que trata do assassinato do presidente Kennedy, que aconteceu em 22 de novembro de 1963, em Dallas (EUA). A primeira, JFK: a pergunta que não quer calar, de 1991, teve oito indicações ao Oscar, incluindo melhor filme e melhor direção, e ganhou os de cinematografia e edição.

No entanto, segundo Stone, há uma resistência em aceitar as evidências apresentadas no seu novo filme sobre o caso. “O que meu filme mostra foi que houve um golpe de Estado. O presidente dos Estados Unidos foi removido ilegalmente do seu cargo e seu sucessor reverteu muitas decisões em política externa, incluindo a retirada do Vietnã”, disse o diretor.

O novo roteiro se baseia em The JFK Assassination, do escritor  Jame sDiEugenio. O livro foi publicado em 2018, após o então presidente Donald Trump decidir impor sigilo a mais de três milhões de documentos e 2.800 relatórios secretos sobre do caso.

O material rendeu mais de quatro horas de documentário, que foi reduzido pela metade para a apresentação no festival e para a versão vendida para o mercado europeu. Entretanto, parte da crítica continua fazendo ressalvas à versão do diretor, considerado parcial depois de fazer entrevistas com o cubano Fidel Castro, o venezuelano Hugo Chávez e o presidente russo Vladimir Putin.

Oliver Stone afirma não ter a verdade sobre o que realmente aconteceu, mas diz que houve três investigações governamentais feitas em três décadas diferentes que derrubam a versão de que Lee Harvey Oswald tenha matado Kennedy. De acordo com o cineasta, o espectador deve tirar suas próprias conclusões sobre o episódio, mas os fatos apontariam que a autoria do crime foi da CIA, agência de inteligência dos EUA.


 

 

 

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