MÚSICA

No ritmo das Olimpíadas

» Pedro Ibarra*
» Isabela Berrogain*
postado em 06/08/2021 21:10
 (crédito: Lionel Bonaventura/AFP)
(crédito: Lionel Bonaventura/AFP)

O sonho de todo atleta brasileiro é escutar o Hino Nacional no topo do pódio de uma edição dos Jogos Olímpicos. Contudo, a música está muito mais presente na vida dos esportistas do que apenas quando alcançam a medalha. Durante boa parte das Olimpíadas, a música esteve ali não só para os atletas, mas para os espectadores em todo o mundo, e o Brasil foi um dos protagonistas no quesito musical.
O envolvimento da música com o evento iniciou antes mesmo das competições. Douglas Souza, ponteiro da seleção masculina brasileira de vôlei, se tornou um sucesso na internet. Dentre diversos momentos descontraídos de Douglas, que viralizaram nas redes sociais nas últimas semanas, um vídeo se destacou: filmagens do atleta dançando ao som de Zap zum, regravação de Pabllo Vittar, originalmente cantada pela Companhia do Calypso. O momento foi suficiente para os internautas consagrarem a faixa como o “hino oficial das Olimpíadas”.
E a canção não passa em branco nem durante os jogos. Graças ao DJ Stari, responsável por animar as partidas de vôlei do evento, Zap zum era a trilha sonora dos momentos em que Douglas Souza entrava em quadra. Empolgado com a cultura do Brasil, o músico austríaco mostra um diverso conhecimento da música brasileira ao tocar Vou desafiar você, de Mc Sapão, quando alguma seleção pede desafio de decisão da arbitragem.
Ainda na internet, os virais também se estenderam para as pistas de skate. Com a estreia das modalidades skate street e skate park nas Olimpíadas, o público brasileiro relembrou as marcas deixadas pelo grupo Charlie Brown Jr. e a influência que o líder Chorão teve na cultura do skate nacional. Até mesmo dois dos medalhistas das modalidades, Rayssa Leal e Pedro Barros, homenagearam a banda. No dia da competição de Rayssa, a atleta publicou nas redes sociais uma legenda citando Dias de luta, dias de glória, um dos maiores sucessos do Charlie Brown. Já o primeiro vídeo de Barros andando pelas pistas da Vila Olímpica ficou marcado pela trilha sonora de Tamo aí na atividade, música lançada pela banda em 2004.
A quebrada foi representada na música, e com muito destaque. Rebeca Andrade levou a canção Baile de favela, de MC João, para terras japonesas. O som deu o ritmo das apresentações de solo da atleta, que renderam a prata no individual geral e um quinto lugar no solo. Rebeca ainda conquistou o ouro no salto e levou a periferia para o topo do pódio. Quem também gosta de balanço é Bia Ferreira. A boxeadora está na final do peso-leve feminino e curte muito Favela chegou, de Ludmilla e Anitta.
O futebol veio embalado ao som de duas músicas. Brasil chegou, de Gabi Fernandes e Charles Gavin para o time feminino, e Muleque de seleção, também de Gabi Fernandes, dessa vez com Xande de Pilares, para o esquadrão masculino. Ambas as canções foram lançadas exclusivamente para as Olimpíadas em uma parceria dos músicos com a CBF. No entanto, outra canção marcou a passagem de pelo menos uma das duas seleções, um vídeo de Marta cantando Não deixe o samba morrer, após a eliminação do Brasil nas quartas de final contra o Canadá.

*Estagiários sob supervisão de José Carlos Vieira

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