Charlie Watts, que morreu na terça-feira (24/8) aos 80 anos, sempre foi caracterizado como um dos membros mais descontraídos dos Rolling Stones.
O baterista da banda britânica sempre mostrou uma personalidade mais afável e tentou evitar ser o centro das atenções do grupo dando poucas entrevistas.
Porém, mais de 50 anos de trajetória com o grupo são um longo caminho e centenas de situações surgiram dessa convivência que agora, por ocasião de sua morte, têm sido relembradas por muitos.
Um dos casos mais falados foi a briga, inclusive com um soco, que o tranquilo Watts teve com o próprio Mick Jagger - que mostra que a relação deles foi marcada por altos e baixos.
O motivo da disputa: o cantor se referiu a ele como "meu baterista".
"Meu baterista"
O incidente foi descrito em "Vida", a autobiografia do guitarrista Keith Richards publicada em 2010, e também no livro Under their thumb (Como um Bom Garoto Se Misturou Com os Rolling Stones), escrito por Bill German, editor de um fanzine dos Rolling Stones que acompanhou a banda de perto por quase duas décadas e garantiu entrevistas e material inédito.
Segundo este último, a briga aconteceu em Amsterdã, em 1984, quando Jagger era uma das pessoas mais famosas do mundo.
O grupo realizou uma reunião na Holanda para discutir se eles deveriam continuar ou se separar.
"Nada disso deveria importar para você porque você é apenas meu baterista", disse Jagger a Watts, de acordo com a publicação de German.
Sem reagir na hora, Watts voltou para seu quarto no hotel onde estavam hospedados. Depois de ponderar o que havia acontecido, ele calçou os sapatos e foi para o quarto de Jagger.
Assim que ele abriu a porta para ele, o baterista deu um socou diretamente no queixo. "Eu não sou o seu baterista, você é o meu cantor", disse ele.
Sem mais delongas, Watts se virou e saiu calmamente da sala.
"Traseiro de Mick"
Keith Richards confirmou o episódio marcante em sua autobiografia, embora com algumas diferenças na história.
De acordo com seu relato, ele e Jagger voltaram ao hotel em Amsterdã depois de uma noite fora às 5:00 da manhã e o cantor então quis ligar para Watts.
"Eu disse a ele: 'Não ligue para ele, não agora'. Mas ele ligou e disse: 'Onde está meu baterista?'. Não houve resposta e ele desligou o telefone", diz o livro.
De acordo com Richards, 20 minutos depois alguém bateu na porta do local em que ele estava com Jagger. Era Charlie Watts, que, longe de aparecer de pijama àquela hora, parecia perfeitamente vestido de terno, gravata e perfume.
"Eu abri a porta e ele nem olhou para mim, passou direto por mim, parou na frente de Mick e disse: 'Nunca mais me chame de seu baterista'. Então ele o agarrou pela lapela do paletó e deu ele um gancho de direita", disse Richards.
Segundo o guitarrista, sua intervenção foi necessária para que a briga terminasse e, mesmo 12 horas depois, Watts estava decidido a acertá-lo novamente.
Sea como fuere, la relación entre cantante y baterista se recompuso y así lo confirmaron en numerosas entrevistas décadas después de su famosa pelea.
"Supongo que la edad nos ha suavizado un poco. Mick es una gran persona si tienes un problema ", dijo Watts en 2012 a la publicación británica The Daily Record.
"¿Estás harto de ver el trasero de Mick después de todos estos años", le cuestionó un fan en 2015 en una sesión de preguntas y respuestas en Twitter, en referencia a su posición en el escenario respecto al cantante de la banda.
"No. Es una de las mejores vistas del país", respondió Watts riendo.
Este martes, horas después de que se conociera la muerte de su compañero, Jagger le rindió homenaje a través de su cuenta de Twitter.
Lo hizo con una simple publicación sin texto alguno, y que solo mostraba una foto de Watts ante su batería y con una amplia sonrisa.
— Mick Jagger (@MickJagger) August 24, 2021
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