ENTREVISTA

Alceu Valença se apresenta em Brasília, neste sábado: 'Expectativa é grande'

Cantor e compositor fará apresentação hoje, às 20h, pelo Vibrar — Parque Gastronômico, instalado na área externa do Ginásio Nilson Nelson, no Eixo Monumental Homenageia

Irlam Rocha Lima
postado em 11/09/2021 06:00
Cantor faz releitura de clássicos de sua obra -  (crédito: Leo Aversa/Divulgação)
Cantor faz releitura de clássicos de sua obra - (crédito: Leo Aversa/Divulgação)

Artista estradeiro, Alceu Valença manteve-se em casa desde março de 2020, cumprindo uma longa quarentena, determinada pela pandemia da covid-19. Sem se deixar impregnar pela inércia, o sempre inquieto cantor e compositor pernambucano aproveitou o tempo para desenvolver um projeto que resultou em quatro álbuns — três deles de voz e violão e um outro gravado com o acompanhamento do guitarrista Paulo Rafael, morto recentemente.

O primeiro, Sem pensar no amanhã, está disponível nas plataformas digitais, enquanto Saudade, o segundo, chega em breve. O terceiro, com o qual Alceu homenageia Paulo Rafael, tem lançamento previsto para o final do ano; e o quarto, em 2022. Todos esses discos foram produzidos por Rafael Ramos, com a chancela da gravadora Deck.

Nesse trabalho, de caráter intimista, o cantor fez releitura de clássicos de sua obra, entre os quais La belle de jour, Táxi lunar, Tropicana, Estação da luz e Ciranda da rosa vermelha; e de canções menos conhecidas como Iris, Ladeiras e Marin dos Caetés. A elas, se juntam algumas inéditas, como Era verão, Saudade e Sem pensar no amanhã.

Várias foram reunidas no repertório do show que Alceu fará hoje, às 20h, pelo Vibrar — Parque Gastronômico, instalado na área externa do Ginásio Nilson Nelson, no Eixo Monumental. No palco, ele terá a companhia da banda formada por Léo Lira (guitarra), Nando Barreto (baixo), Tovinho (teclados), André Julião (sanfona) e Cássio Cunha (bateria).

Entrevista // Alceu Valença

Neste ano você lançou os álbuns Sem pensar no amanhã e Saudade, os primeiros de voz e violão, em toda a sua trajetória. O que o levou a optar por este formato?

Com a quarentena na pandemia, precisei ficar mais tempo em casa e toquei violão como nunca. Desde os tempos em que morei em Paris, em 1979, que eu não tocava tanto. Fui recordando canções, sucessos, compus músicas novas. Um dia, minha mulher, Yanê, me disse: “Está lindo!” Eu digo: “O quê?” E ela: “Isso que você está tocando. Foi aí que resolvi fazer um álbum em voz e violão. Fui para o estúdio e comecei a gravar. Em vez de um, gravei três álbuns — dois já lançados e um outro com a participação de Paulo Rafael, que sai no final do ano, como uma homenagem a um dos meus melhores amigos, parceiro, músico com quem toquei durante tantos anos. Depois, ainda gravei um quarto álbum, que devo lançar no ano que vem. E ainda teve um extra, Papagaio do futuro, que lancei como single na semana passada.

Sem pensar no amanhã, com 11 faixas, foi, também, o primeiro disponibilizado nas plataformas
digitais. Vai sentir saudade do disco físico?

Não me importo tanto com formato. O que vale é a música. Os álbuns de voz e violão também estão no formato CD. O primeiro, Sem pensar no amanhã, já saiu. O segundo, Saudade, deve sair em breve.

Que critério utilizou para a escolha do repertório?

São músicas que gosto de tocar. Gravei sucessos, como Belle de Jour, Táxi Lunar, Tropicana, Como dois animais, Solidão mas também inéditas, como Era verão, Saudade, Sem pensar no amanhã. Penso no meu repertório como se fosse um filme. Gosto que o roteiro conte uma história.

Além de produtor, que outra função Rafael Ramos desempenhou?

Gosto muito de trabalhar com o Rafael, um produtor sensível, que me deixa totalmente à vontade no estúdio. A Deck é uma gravadora amiga da arte. E destaco também o técnico de som, Mateus, que conseguiu tirar uma sonoridade impecável da gravação.

Recentemente, você perdeu um amigo e parceiro artístico, com a morte de Paulo Rafael. Que falta ele faz em sua vida e em seu trabalho?

Paulinho foi um grande amigo, eu o tinha como um irmão. O conheci em Olinda, no início dos anos 1970. Eu o vi tocando e fiquei impressionado com sua musicalidade. Falei para ele: um dia ainda vamos tocar juntos. Tempos depois, ele começou a tocar comigo no festival Abertura em 1975, e não parou mais. São tantas histórias, lembranças, uma convivência sempre afetuosa e enriquecedora. Ah, saudade.!

Em Brasília, você estará de volta ao palco, após manter-se em casa por longo período da quarentena. O que isso representa?

A expectativa é grande. Antes da pandemia, costumava dizer que moro numa maleta, porque estava sempre na estrada. Depois de tanto tempo, não deixa de ser um alento saber que os shows estão voltando, tudo com muito cuidado, seguindo os protocolos. Fiz algumas lives neste período, mas show com plateia mesmo, o de Brasília será o segundo. Na semana passada cantei em Pirenópolis (GO). Foi emocionante reencontrar as pessoas.

Notícias pelo celular

Receba direto no celular as notícias mais recentes publicadas pelo Correio Braziliense. É de graça. Clique aqui e participe da comunidade do Correio, uma das inovações lançadas pelo WhatsApp.


Dê a sua opinião

O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores. As mensagens devem ter, no máximo, 10 linhas e incluir nome, endereço e telefone para o e-mail sredat.df@dabr.com.br.

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação