Aos poucos, as atividades presenciais estão voltando. A 13 ª Bienal do Livro de Pernambuco reestreará os eventos de literatura no Centro de Convenções do estado, em Olinda, entre hoje e 12 de outubro. A feira vai funcionar no formato híbrido e terá painéis, lançamentos de livros e debates que poderão ser acompanhados no local ou no site oficial da Bienal, www.ebienal.com.
O evento vai separar as atrações entre virtuais e presenciais para diversos públicos e interessados em formas diferentes de literatura. Alguns dos nomes de destaque que participarão da feira de forma on-line são o vencedor do Jabuti 2020, Itamar Vieira Junior; o diretor de Bacurau, Kleber Mendonça Filho; o escritor moçambicano Mia Couto; e a estudiosa Lucia Santaella. Presencialmente,destacam-se Cida Pedrosa, também vencedora do Jabuti 2020 e homenageada do evento, ao lado do educador Paulo Freire, in memorian; o mestre espiritual Sri Prem Baba; e o poeta Fabrício Carpinejar.
Carpinejar vai mediar uma mesa sobre o livro no mercado digital. Com o aumento das vendas de livros on-line, alguns rituais de quem compra e lê muitos livros alteraram, e ele pretende falar de como aproximar o público novamente do que o fez amar a literatura. “A questão que eu tenho que trazer à tona é como recuperar o afeto da indicação de livros, o quanto nós precisamos ter opções para conseguir transportar esse artesanato do boca a boca”, conta o autor em entrevista ao Correio.
“Precisamos manter essa paixão acesa do leitor com o livro, para que as histórias não se tornem apenas um produto, para que seja uma transformação espontânea”, destaca Carpinejar, sobre os tempos atuais com as grandes empresas facilitando muito a compra de livros e diminuindo a relevância e força competitiva das livrarias.
Adaptação
Sobre o retorno de uma bienal presencial, mesmo que não totalmente, o poeta avalia como muito positivo. “Vai ser inspirador, porque a Bienal de Pernambuco é um dos maiores eventos literários do país”, diz ele, que também estará no projeto Diálogos Contemporâneos, em Brasília, na próxima semana (leia mais na página 22). Carpinejar afirma que a forma híbrida é até mais adaptada com o período histórico que vivemos além da pandemia. “É justamente para dar segurança. Nós somos híbridos, todo mundo é meio virtual, meio presencial ou meio avatar e meio gente”, complementa.
Fabrício Carpinejar acha que é um momento de unir a literatura do país e entender o que tem sido explorado por escritores de todos os estados brasileiros. “Algo que é importante na bienal é a troca de experiência de autores de vários estados”, explica. “Essas bienais renovam o repertório dos autores porque unifica ficções, você consegue fazer um mapeamento muito mais sincero do que está acontecendo no país”, analisa o escritor, pois, segundo ele mesmo. “Dentro de toda tristeza literária que estamos vivendo, há sempre a alegria de ter a expressão”, completa.
Gastronomia
No próximo domingo, o pesquisador Bruno Albertim lança, na bienal, o livro Nordeste – Identidade comestível. Prefaciado pela pesquisadora Maria Lectícia Cavalcanti, o livro tem também a chancela da professora Maria Eunice Maciel, pioneira da antropologia da alimentação na América do Sul. “Durante dois anos, percorri mais de 13 mil quilômetros para entender, de forma simples e direta, como a comida, mais que o corpo, alimenta as identidades dos muitos nordestes encontrados na região”, destaca ele, em nota.
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