Crítica

Com estreia nesta quinta (18/11), Noite passada em Soho ilustra terror

Estrelado por Anya-Taylor Joy, Noite passada em Soho aposta em exageros gráficos e intenso fundo musical, para tratar de abusos sexuais. Confira a crítica do longa de Edgar Wright

Ricardo Daehn
postado em 18/11/2021 13:08 / atualizado em 18/11/2021 13:09
Cena do filme 'Noite Passada em Soho', de Edgar Wright -  (crédito:  Universal/Divulgação)
Cena do filme 'Noite Passada em Soho', de Edgar Wright - (crédito: Universal/Divulgação)

Crítica // Noite passada em Soho ##

Depois do longa Bela vingança, com excelente roteiro, e do intrigante O homem invisível, que também abordava a decadência dos predadores sexuais, chegou a vez do diretor Edgar Wright dos cultuados longas Em ritmo de fuga e Scott Pilgrim contra o mundo investir no tema. A solidão de Eloise é bem narrada e crível, com um quê de O fabuloso destino de Amélie Poulain, até que Wright derrapa e descamba para o registro de uma ópera descontrolada de terror psicológico com contorno pop.

Em pesadelos, e na ousadia narrativa, há visões do passado, que nutrem crises mentais de Eloise. Ela passa a dividir o protagonismo com Sandie — a talentosa Anya Taylor-Joy —, exuberante nas pistas de dança dos anos 60, até se ver "jogada na sarjeta", ao seguir um esquema de "agradar aos homens", a fim de seguir uma carreira artística, numa era em que reinaram Cilla Black e Dusty Springfield. No papel de Jack, Matt Smith representa o mal para a personagem da talentosa Anya, que, em cena, arrasa cantando Downtown.

Seguindo uma vertente similar à do roteiro de Yesterday — de Danny Boyle —, Noite passada em Soho traz muito apoio na excelência da trilha sonora. O desespero patológico de Eloise, ao testemunhar a exploração de Sandie, esbarra no grotesco, inclusive gráfico. Consumida pela convivência por inimigos sem rosto — os abusadores — ela e o filme se perdem.

Notícias pelo celular

Receba direto no celular as notícias mais recentes publicadas pelo Correio Braziliense. É de graça. Clique aqui e participe da comunidade do Correio, uma das inovações lançadas pelo WhatsApp.


Dê a sua opinião

O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores. As mensagens devem ter, no máximo, 10 linhas e incluir nome, endereço e telefone para o e-mail sredat.df@dabr.com.br.

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação