CINEMA

Amor que se renova

Refazer filmes de grande sucesso é um trabalho que inspira muita desconfiança do público. Histórias conhecidas e amadas recebem uma nova roupagem que nem sempre agrada os fãs mais conservadores. Porém longas marcantes têm enredos atemporais que conversam com diversos períodos e gerações. É apostando nisso que Steven Spielberg investiu em uma releitura de Amor, sublime amor, musical da Broadway e adaptado para o cinema em 1961. A produção ganha uma nova vida este ano, 60 anos depois da última vez que tomou as salas de exibição do mundo.

"Nós recontamos clássicos, porque não aprendemos as lições. Nós temos que pegar a mesma circunstância clássica e fazer dela aplicável para os tempos que vivemos agora", afirma Ariana DeBose, em entrevista cedida ao Correio pelo 20th Century Studios.

A atriz, conhecida pelo musical Hamilton e que vai viver Anita na nova versão, afirma que Amor, sublime amor ainda é capaz de tocar os corações de novos espectadores nessa releitura. "Tem tantas lições que nós precisamos relembrar. Ainda temos muito a aprender", complementa.

Amor, sublime amor, também conhecido pelo título em inglês West side story, é um musical dos anos 1950 escrito por Arthur Laurents, Leonard Bernstein e Stephen Sondheim e inspirado em Romeu e Julieta, de William Shakespeare. O espetáculo ganhou a adaptação cinematográfica em 1961, dirigida por Jerome Robbins e Robert Wise, o longa levou 10 Oscars, incluindo Melhor filme, direção e atriz coadjuvante, justamente com Rita Moreno, a intérprete de Anita na versão. "Ela é maior que a vida. Ela é uma força da natureza", afirma DeBose sobre a antecessora no papel.

Para a atriz, o longa vai fazer sucesso, porque o público ainda ama tudo que envolve West side story. "As pessoas amam essas músicas e esses personagens, porque conseguem ver a si mesmos de forma muito clara com essa história", analisa a atriz que ainda classifica a principal virtude da história a autenticidade. "Ser autêntico, para mim, é ter certeza de que estamos contando a verdade sobre todas as circunstâncias. Como um filme, temos 32 personagens latinos e todos eles estão sendo interpretados por atores latinos. Nós somos exatamente o que aparentamos ser em toda nossa glória, representando a cultura latina e a herança hispânica", explica.

A latinidade é um ponto de muita representatividade no filme. Amor, sublime amor apresenta um romance entre Tony, um jovem branco que mora em uma rua dominada pela gangue Jets brancos e que será vivido por Ansel Elgort, e María, uma mulher latina que mora em outra rua dominada pela gangue Tubarões de Porto Rico e interpretada por Rachel Zegler, o casal vive a paixão sobre a eterna ameaça da briga entre as gangues. Anita é do núcleo Latino que DeBose garante que está bem representado. "É possível ver cada cor, forma, tamanho e tipo de latinidade neste filme. E a autenticidade parte disso", conta a atriz.

Niko Tavernise/Twentieth Century Fox Film Corporation/Divulgação -
Niko Tavernise/Twentieth Century Fox Film Corporation/Divulgação -