Cinema

Tela transcendental

Correio Braziliense
postado em 01/12/2021 00:01

Com estrutura organizada há meio ano, desde a seleção de filmes, a legendagem dos títulos e demais arestas aparadas junto a patrocinadores, a oitava versão do Festival Internacional Cinema e Transcendência começa hoje e segue até 12 de dezembro, em esquema virtual, com acesso gratuito. "Não estamos exatamente isentos de qualquer tipo de risco. Fizemos o evento on-line, em respeito a pessoas ultracuidadosas consigo e com os outros", explica o cineasta André Luiz Oliveira, curador do festival ao lado de Carina Bini. No papel de espectador, André Luiz entra em parafuso diante da programação monumental de festivais gigantes. Por isso — envolvido pelos temas que dominam o Cinema e Transcendência (livres de amarras comerciais, e fixados em espiritualidade, despretensão e meio ambiente) —, André Luiz apostou em 11 filmes (com acesso, diário, até 23h59) diferenciados, escolhidos a dedo e que propiciam reflexões".

Samadhi Road, em que os irmãos Hey, Daniel e Julio traçam plano de autoconhecimento, ao lado de sumidades espirituais, culturais e de filósofos, dá a largada nas projeções, às 21h. Antes, às 20h, o show Dharmachakra (que perpetua o conceito da vida como roda viva) alinha a porção multiinstrumentista André Luiz (que toca sitar, bansuri e dilruba), com os parceiros dele no grupo Gharana Eletroacústica (Wilton Rossi e Zepedro Gollo). "Na música indiana, tudo é melódico. Enquanto a raga marca a escala da música, trazendo o mais profundo sentimento, a vibração do dhrupad, que alinha voz e instrumentos, se junta aos drones, uma 'cama' para que a raga se manifeste", explica o músico e cineasta.

A música também está no pano de fundo de Meeting the Beatles in Índia (2020), longa que terá duas exibições no evento realizado pelo Centro Cultural Banco do Brasil. "O diretor Paul Saltzman registrou o bonito e incrível retiro dos Beatles no ashram, o centro espiritual de ensinamentos e meditação, de Maharishi Mahesh Yogi (morto em 2008). John, Paul, George e Ringo bateram na Índia, reclusos para a criação do chamado "álbum Branco dos Beatles". Com o filme, nos sentimos muito próximo a eles, que viriam a trazer um frescor e redefinir o que era antigo do que era novo", observa André Luiz Oliveira.

Também a partir de "um documentário bem humorado sobre o repente", como define o curador, o público poderá acessar o longa Nordeste: cordel, repente, canção (1975), que expõe fatia da obra de Tânia Quaresma.

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