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Impacto da Covid em museus da França se manteve em 2021

Os museus da França voltaram a sentir o impacto da Covid-19 e já perderam cerca de dois terços do seu público

Agence France-Presse
postado em 05/01/2022 16:53 / atualizado em 05/01/2022 16:57
 (crédito: CHRISTOPHE ARCHAMBAULT)
(crédito: CHRISTOPHE ARCHAMBAULT)

Os museus da França voltaram a sentir o impacto da Covid-19 no ano passado, e já perderam cerca de dois terços do seu público. A crise não aponta sinais de solução fora da ajuda pública em massa e da proposta digital.

O Museu do Louvre, em Paris, o maior do mundo, registrou em 2021 uma nova queda de visitantes devido à pandemia, que chegou a 70% em relação a 2019. Esse percentual é quase o mesmo de 2020 (72%).

A recuperação do fluxo de público começou a ser observada no fim do ano, mas com a chegada da variante ômicron e a reimposição de restrições, as incertezas voltaram ao mundo cultural francês.

O Louvre ficou fechado por cinco meses em 2021, de 1º de janeiro a 19 de maio, devido à crise sanitária. Ao longo do ano, recebeu 2,8 milhões de visitantes, ou seja, 100 mil a mais do que em 2020, mas uma queda abismal em comparação com os 9,6 milhões de 2019.

Em 2018, o Louvre registrou seu público recorde: 10,2 milhões de pessoas.

O museu, que abriga a Mona Lisa, de Leonardo da Vinci, entre outras obras-primas, ficou 194 dias aberto em 2021. A partir de outubro, o número de visitantes começou a se normalizar e, em dois meses (outubro e novembro), recebeu mais visitas do que durante o verão boreal de 2021 (inverno no Brasil).

Assim como em 2020, esses visitantes foram, em sua maioria, franceses (61%) e, destes, 28, parisienses.

Por nacionalidade, o percentual de visitantes foi o seguinte: 6,2% de americanos; 6% de alemães; 4,4% de italianos; 4% de espanhóis; 3,2% de holandeses; 2,1% de britânicos; e 2,1% de belgas. Praticamente não houve visitantes de países asiáticos.

Uma boa parte dos visitantes (20%) era menor de 18 anos. A entrada do Louvre é gratuita para jovens franceses e da União Europeia.

A queda do número de visitantes significou uma redução drástica do caixa, de 80 milhões de euros (cerca de 90 milhões de dólares), em relação a 2019.

O Estado francês destinou um total de 110 milhões de euros (124 milhões de dólares) ao Louvre para compensar essas perdas e relançar as atividades do museu. Outros 6 milhões de euros (6,7 milhões de dólares) chegarão em 2022, informa a entidade.

Prejuízos milionários

Quanto a Versalhes, o palácio registrou um "aumento sensível" do número de visitantes em relação a 2020, mas uma queda de 73% em relação a 2019. Cerca de 2 milhões de turistas o visitaram no ano passado, comparado com 8,2 milhões em 2019.

Versalhes teve uma receita de "menos de 20 milhões de euros em 2021, em comparação com 65 milhões dois anos atrás, informou sua direção à AFP.

Os museus d'Orsay e Orangerie, também em Paris, perderam 71% e 63% de seus visitantes, respectivamente. Eles ganharam 30% em relação à queda de 2020, mas receberam apenas 1,4 milhão de visitantes.

O Centro Pompidou recebeu 1,5 milhão de pessoas, uma queda de 54,5%. O Centro de Monumentos Nacionais, que agrupa uma centena de sítios culturais, como a Sainte-Chapelle de Paris e o Monte Saint-Michel, registrou um total de 4,7 milhões de turistas. Antes da crise, eram 10 milhões.

O Louvre lançou no mês passado o "Louvre +", um novo espaço, com mais de 500 vídeos e podcasts ou palestras gratuitas. Durante o confinamento de 2020, seu site registrou um pico de visitas de 400.000 pessoas, em comparação com 40.000 antes da crise de saúde. Atualmente, possui 10 milhões de assinantes permanentes.

As redes sociais conectadas ao museu estão "em constante crescimento", informou o estabelecimento cultural. Sua conta no Instagram cresceu 9% em termos de assinantes em relação a 2020.

Os sites do Centro de Monumentos Nacionais também registraram um aumento acentuado. Seus 12 milhões de páginas tiveram 41% a mais de visitas.

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