Cinema

Mundo colorido

Ricardo Daehn
postado em 08/01/2022 00:01
 (crédito:  Atman Filmes/Divulgação)
(crédito: Atman Filmes/Divulgação)

Depois de 10 anos de experiência na curadoria de mostras de cinema, a diretora Carina Bini, ao montar a programação de Um giro pelo mundo — Navegando no Cinema Infantil, recebeu com surpresa, o modo como animações internacionais "apontavam para simbolismos culturais carregados de riqueza". Como ela destaca, para mostra destinada prioritariamente ao público infantil, as 38 exibições de fitas vindas de países como Gana, Alemanha e Suíça, trarão "resgate e reforço de vários componentes de cada país".

A programação no CCBB, que prossegue até 16 de janeiro, de forma gratuita, será apresentada no vão central do local, em área aberta, com direito a enorme painel de LED. "Nada será no cinema. Com serviço de monitoria, e orientação direcionada ao distanciamento entre os espectadores, apostamos num novo universo infantil. Queremos que muitos viajem, por meio do mundo colorido e diverso. Há o recado de acolhimento de todas as diferenças com mais afetividade", explica a curadora.

Hoje, às 14h30, filmes africanos como Les trois verites, produzido no Benin e que trata da relação entre um pai doente e filho dele empenhado em pagar dívidas, e Shamazulu, saído do Congo, e detido em temática relacionada à mudança de aparência de uma recém-casada, antecedem atividades paralelas.

Apresentação de Dança do Gana (a partir das 18h) e uma oficina chamada Funga Aláfia (às 17h), misturam cantiga e danças tradicionais. A feitura de máscaras típicas também está prevista, antes da sessão das 18h30, que trará o longa Kwasu Ananse (Gana), destinado a maiores de 10 anos, por se tratar de um filme legendado.

Muitos filmes selecionados sublinham aspectos da família — tema que remete à infância de dois filhos da curadora, que há 14 anos tiveram passagem pela Índia registrada em documentário, num título que teve codireção de Anand Jyothi, a ser exibido no evento.

"Tentamos unir esforços na contação de histórias. Valorizamos também um curta vencedor da Mostra Brasília, em 2020, chamado Do outro lado (de David Murad). Na programação, ainda traremos como tema a violinha caipira, num espetáculo apresentado pelo Marcello Linhos e que remete ao alaúde. O Marcello trará músicas para crianças, e há composições dele que apontam para a preservação do Cerrado", comenta Carina Bini.

Amanhã, às 14h30, em bloco, serão exibidos três filmes da portuguesa Joana Toste. "Ela tem muitas mulheres como personagens, e aprofunda em enredos como a relação entre mãe e filha. O traço dela é muito artístico, belo e desenhado. Nestes filmes portugueses, não teremos legendas, para que as crianças entendam a importância dos sotaques", observa Carina. Filmes canadenses estão programados para as 18h de amanhã.

Na determinação da mostra, pesaram esforços como o lançamento do longa Calamity (de Remi Chayé, e a ser mostrado no dia 14), produção franco-dinamarquesa que ganhou dublagem especial. "A personagem central é real. Era filha de um cuidador de cavalos que, vestiu calças, e, no século 19, se mostrou como mulher forte, na pele de chefe de comboio", arremata Carina Bini.

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