O Som do Futuro

"Paciente 63" chega à 2ª temporada com mensagem sobre salvar o mundo

Paciente 63, áudio série original do Spotify estrelando Seu Jorge e Mel Lisboa, chega a segunda temporada, com mensagem de que ainda há tempo de salvar o mundo

Pedro Ibarra
postado em 14/02/2022 06:00
 (crédito: Bruno Poletti/Divulgação)
(crédito: Bruno Poletti/Divulgação)

"O futuro a Deus pertence", ditado popular muito falado pelo brasileiro apresenta noção de que não existe como prever ou controlar o que vai acontecer, mas e se houvesse como mudar o futuro? A áudio série Paciente 63, produção original Spotify que chega a segunda temporada, apresenta por meio da ficção uma história sobre o futuro que tenta responder esta pergunta e ainda chega muito perto da realidade do mundo atual, mostrando que talvez uma mudança seja necessária.

Protagonizada por Seu Jorge e Mel Lisboa, o seriado em formato podcast conta história de Pedro Roiter, um homem que aparece nu em uma avenida movimentada e jura ter vindo do ano de 2062 para salvar o futuro, e Elisa Beatriz Amaral, uma psiquiatra que se encarrega do caso de Pedro e acaba convencida de que pode ser a chave para que uma distopia não tome conta do mundo. O desenrolar da primeira temporada levou Elisa, ou Beatriz como passa a ser chamada, de volta para 2012 com a mesma missão, salvar o planeta de uma catástrofe. A produção é uma adaptação de Caso 63, um podcast chileno escrito por Julio Rojas

"Acho que a segunda temporada fala mais sobre o entrelaçamento dessas personagens durante as diferentes linhas de tempo", afirma Seu Jorge em conversa com o Correio. Segundo os atores da série, a história ganha nuances mais complexas no segundo ano. "Quando a gente fez a primeira temporada e ouviu o resultado, eu também fiquei curiosa e queria saber a continuação da história. Embora eu tenha estudado bastante para poder fazer, afinal para contar bem uma história é preciso conhecer bem a história, eu não sabia como ela tinha ido parar em 2012, eu até suspeitava, mas não tinha certeza. Eu fui saber quando recebi a segunda temporada, que fui lendo e me surpreendendo", adiciona Mel Lisboa.

A personagem de Lisboa recebe uma exploração diferente, tendo um papel ainda mais central no desenrolar da série. "A minha personagem tem uma curva dramática bem complexa e isso é difícil", aponta a artista. "Há uma inversão de papéis em que ela se vê na situação do Pedro Roiter em que ela sabe que já passou por isso, então existe uma segurança ao mesmo tempo que ela tem que convencer esse cara de que ela veio do futuro", complementa.

O que fica ainda mais patente na segunda temporada de Paciente 63 é a crítica social com os tempos que o mundo está passando. A série aborda justamente a pandemia de covid-19 e pontua de forma aguda problemas muito atuais. "A boa ficção científica está sempre dialogando com a realidade. Ela pode ser uma super distopia, mas nunca é tão distante. Sempre conversa com o que estamos vivendo, porque é preciso que haja empatia e identificação para que seja realmente tocante que a gente fique envolvido na história", analisa Mel. "O texto é crítico sem necessariamente apontar o dedo diretamente para alguma coisa, ele serve para diferentes momentos. Muita gente se identifica e encontra situações que a gente tem vivido e está vivendo", acrescenta.

Porém, não é por se tratar de uma crítica que não pode também fazer o público acreditar em um final feliz. "Acho que trazendo a série para nossa história, afinal de contas quando ele chega, chega em 2022, nosso ano, o ano que estamos. Eu acredito que a mensagem no fundo é que para gente ainda há tempo de fazer alguma coisa", crê Seu Jorge. "Embora mostre um futuro catastrófico, no fundo há uma mensagem de esperança", completa Mel Lisboa.

Imersão na história

Paciente 63 se destacou não só pelo enredo complexo e bem construído, mas pela qualidade de execução e produção. A série venceu o prêmio de Melhor podcast da Associação Paulista de Críticos de Arte em 2021, e se destaca pela construção da tensão por meio da trilha sonora e dos sons que fazem parte da narrativa da série.

Mel afirma que se na primeira temporada foi bom, nessa está melhor. "A questão sonora é ampliada nesta segunda temporada, é possível ver outros elementos, você consegue enxergar os ambientes", pontua. "Nesse ano, essa questão sonora fica mais evidente e ainda mais imersiva", conclui.

Seu Jorge lembra também a importância que estar no podcast teve para o desenvolvimento dele como ator. "Foi e continua sendo um desafio. Para mim, como ator, o formato de áudio série continua sendo um pouco novo. Por mais que tenhamos uma lembrança forte e afetiva com a radionovela, é diferente, até mesmo os recursos são diferentes", conta o artista que já é acostumado a trabalhar a voz para a carreira musical. "É muito prazeroso, é um trabalho que você percebe o resultado que tem, e isso é muito enriquecedor. Você ganha uma ferramenta bárbara para trabalhar como atriz", adiciona Mel. "Paciente 63 me instigou a olhar mais para os podcasts, sobretudo para essa possibilidade dos atores terem isso como linguagem.Mais peças bonitas e textos bonitos podem surgir a partir disso", finaliza Seu Jorge.

 

Notícias pelo celular

Receba direto no celular as notícias mais recentes publicadas pelo Correio Braziliense. É de graça. Clique aqui e participe da comunidade do Correio, uma das inovações lançadas pelo WhatsApp.


Dê a sua opinião

O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores. As mensagens devem ter, no máximo, 10 linhas e incluir nome, endereço e telefone para o e-mail sredat.df@dabr.com.br.

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação